Assange: Equador avalia estratégias para conseguir salvo-conduto

O vice-chanceler equatoriano, Marco Albuja, afirmou que seu governo avalia nesta quinta-feira (23) estratégias para ir a diferentes instâncias jurídicas internacionais para conseguir que Reino Unido permita ao australiano fundador do WikeLeaks, Julian Assange, sair de Londres.

Albuja destacou que a Corte Internacional de Haia é um dos órgãos aos quais se poderia ir a fim de que Assange receba o salvo-conduto e se concretize na prática a vontade do governo do Equador de conceder o asilo político.

Em entrevista para a Prensa Latina, o vice-titular expôs que se Suécia conceder as garantias de não extraditar Assange para os Estados Unidos, este poderia decidir sobre sua condição de asilado no Equador.

Afirmou ainda que o ativista australiano pode optar por perder o benefício concedido e viajar a essa nação europeia para prestar declaração por supostos delitos sexuais.

Caso contrário, teria a opção de, sob este mesmo status, prestar declaração em território sueco ou na Embaixada de Equador em Londres, onde permanece desde que o 19 de junho solicitasse ser acolhido por temor a ser extraditado a Washington e sancionado à pena capital.

Albuja esclareceu à imprensa que, no entanto, Assange é quem decide que fazer em cada caso, "não esqueçam que está em jogo sua vida, e ele tem opinião ao respeito", declarou.

Expôs que enquanto isso não acontecer, o governo equatoriano buscará alternativas legais para resolver esta crise, gerada depois que Reino Unido emitisse uma nota na qual ameaçava ingressar na sede da delegação diplomática deste país em Londres para prender Assange.

O vice-chanceler confirmou que um grupo de juristas trabalham no propósito de esgotar todos os recursos legais em mecanismos internacionais como o Conselho de Segurança da ONU e o Corte Internacional de Haia para conseguir a permissão para a saída do jornalista de Londres.

Nestes momentos, o chanceler Ricardo Patiño realiza uma viagem ao exterior a fim de explicar as razões de Equador na concessão do asilo a Assange solicitar ao Reino Unido que retire a ameaça de invadir a Embaixada nacional na cidade londrina.

Quito espera na sexta-feira (24) o apoio no seio da Organização de Estados Americanos (OEA) a sua rejeição a essa advertência britânica, como fizeram a União de Nações Sul-americanas (Unasul) e a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA).

Na semana passada, com o voto de 23 países a favor e três na contramão (Estados Unidos, Canadá e Trinidad e Tobago), a OEA aprovou uma resolução proposta por Equador para o debate nesta sexta-feira em torno da inviolabilidade das legações diplomáticas.

Fonte: Prensa Latina