DEM impede votação do projeto sobre nome do aeroporto de Salvador

Uma manobra regimental utilizada pelo DEM impediu a votação na Comissão de Educação e Cultura da Câmara, na quarta-feira (22), do projeto de lei que propõe o retorno do Dois de Julho à denominação do aeroporto de Salvador. O relator da matéria, deputado Waldenor Pereira (PT-BA) avaliou que, mesmo com o adiamento, a leitura do relatório foi mais um passo significativo na perspectiva da aprovação da proposta.

Depois de pedir vistas do projeto, na sessão de quatro de julho passado, o DEM derrubou o quórum da sessão desta semana na comissão, mas não impediu a leitura do relatório e um amplo debate sobre o projeto. Participaram os deputados baianos Alice Portugal (PCdoB), além do relator Waldenor Pereira e do autor da proposta, Luiz Alberto (PT), que querem retirar o nome de “Luis Eduardo Magalhães” do aeroporto de Salvador e restituir o nome original: Dois de Julho.

O relator argumentou que a proposta não pretende desqualificar o homenageado do nome atual. “Mesmo porque o nome do ex-deputado Luís Eduardo Magalhães já se encontra epigrafado em centenas de edifícios, estabelecimentos, logradouros públicos e localidades”, disse, em referência do filho do ex-governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães.

Os deputados favoráveis ao resgate do nome do aeroporto de Salvador, destacam que o nome original foi instituído por lei em 1955, tendo permanecido por 43 anos, e marca uma data importante para o povo da Bahia e do Brasil. A Independência da Bahia teve desfecho em 2 de julho de 1823, após a Guerra da independência do Brasil.

Na Bahia, a luta pela Independência começou antes da brasileira, e só concretizou-se quase um ano depois do 7 de setembro de 1822 e, ao contrário do que conta a história oficial, ela não aconteceu pacificamente com a proclamação às margens do riacho Ipiranga. A luta para libertar-se Portugal, levou o povo baiano a batalhas por terra e mar ao custo de milhares de vidas.

Da Redação em Brasília