Patriota: negociação da Colombia com as Farc deve ser celebrada

O Brasil está à disposição do governo colombiano para cooperar com as negociações de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), afirmou nesta quarta-feira (5) o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, o chanceler classificou as negociações como uma “oportunidade histórica”  e que deve ser celebrada nas Américas.

Patriota e Perpétua Almeida - Wilson Dias /Agência Brasil

Ressaltou ainda que à medida que possa ajudar, o Brasil está à disposição da Colômbia. Já cooperamos em operações de resgate [de reféns mantidos sob poder da guerrilha] com o apoio logístico”, disse o chanceler. “Com a pacificação definitiva, teremos uma oportunidade histórica de acabar com um conflito que já dura quase 50 anos e alcançar o nosso propósito de preservar a América do Sul como uma zona de paz.”

Para Patriota, o acordo de paz será alcançado devido às ações de “habilidade e liderança”. O processo de paz entre o governo do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e as Farc é mediado pelos governos da Noruega, de Cuba, da Venezuela e do Chile. A primeira reunião será em outubro, em Oslo, capital norueguesa.

As negociações foram batizadas de Acordo Geral para o Fim do Conflito e são resultado de seis meses de conversas em Havana com apoio de Cuba, Noruega, Venezuela e Chile. O acordo determina o cumprimento de cinco pontos, como a eliminação de risco de prisão para os cerca de 10 mil guerrilheiros e a reinserção deles na sociedade colombiana.

Presidentes manifestam apoio

“Nesta terça-feira (4) a presidenta Dilma Rousseff elogiou a iniciativa de Santos e enviou uma mensagem a ele. “O êxito das negociações trará grandes benefícios para o povo colombiano e consolidará a imagem de uma América do Sul que realiza hoje grandes transformações de paz. Nossas sociedades repudiam o uso da violência – venha de onde vier – para enfrentar os problemas econômicos, sociais e políticos da região”, disse a presidenta.

Em uma declaração publicada nesta terça-feira (4), o Ministério das Relações Exteriores de Cuba manifestou seu apoio ao processo de paz colombiano e assinalou que a Revolução cubana tem um compromisso histórico com a paz na nação sul-americana e com os esforços voltados para pôr fim ao conflito político, social e militar na Colômbia. e mencionou os "esforços discretos e construtivos" realizados por Havana para ajudar a busca de uma solução negociada, "respondendo sempre a uma solicitação das partes envolvidas e sem influir nem um pouco em suas respectivas posições".

O governo venezuelano também se pronunciou nesta quarta-feira (5), ratificando sua plena disposição para contribuir "na medida em que o povo da Colômbia e seu governo considerarem necessário" para o processo de paz no país. O presidente Hugo Chávez elogiou ainda a maturidade e responsabilidade dos atores políticos que hoje iniciam esse processo e felicitou os governos de Cuba e Noruega "por suas exitosas gestões de facilitação".

Com Agência Brasil