Rússia diz que governo sírio no exterior é estrutura de confronto

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, qualificou neste sábado (8) de "estrutura de confronto" o governo no exílio criado pela oposição síria no exterior. Ele reiterou a postura russa, que coincide com a expressada no comunicado do Grupo de Ação para a Síria aprovado na conferência de paz realizada em junho em Genebra e que insta o governo e a oposição do país árabe a nomear negociadores para chegar a uma solução política.

"É uma alternativa real à criação de estruturas de confronto como o governo no exílio, que se contraporá não só às autoridades (sírias), mas também à oposição interna", disse Lavrov depois de se reunir com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, em Vladivostok.

Lavrov, enviado à Cúpula do Fórum de Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico realizada neste fim de semana, lembrou que o comunicado de Genebra, aprovado pelas principais potências mundiais, regula os passos para o processo de paz que inclui a formação de um governo de transição.

Esta é a postura que Moscou defenderá na próxima reunião do Conselho de Segurança da ONU, que será realizada no final deste mês de setembro, segundo anunciou o ministro russo. O titular da chancelaria russa responsabilizou alguns países europeus de "instigar à oposição a rejeitar o diálogo e continuar a luta".

Lavrov apoiou também a proposta do Comitê Nacional Sírio (grupo opositor interior) de realizar em Damasco uma conferência de todas as forças opositoras ao regime do presidente Bashar al Assad. Além disso, o ministro expressou a Hillary sua preocupação pelo prejuízo que sofrem as entidades financeiras russas em consequência das sanções dos Estados Unidos contra a Síria e o Irã.

No entanto, descartou que a Rússia tenha especiais interesses econômicos, militares e comerciais nestes dois países. Lavrov insistiu em criticar duramente a postura do Ocidente sobre o papel que Rússia e China devem exercer na resolução do conflito sírio.

"Decidiram atuar sozinhos, sem contar conosco. E agora que passou mais de um ano e meio e as sanções unilaterais não funcionam, começam a culpar Rússia, China e outros países que não querem apoiar as sanções", lamentou o ministro russo.

Fonte: Portal Terra