Paraguai: apelação a Haia é truque publicitário e político

O presidente paraguaio, Federico Franco, que, inicialmente, descartou buscar ante a justiça internacional, assegurou em uma conferência de imprensa na sexta-feira passada (8) que queria marcar um precedente. Apenas dois meses depois de a nação ter sido excluída do Mercosul após o julgamento político a Fernando Lugo que concluiu com sua destituição, o Paraguai planeja apelar da suspensão do bloco no Tribunal de Haia.

O analista do Centro de Estudos da Guatemala, Sandino Asturias, considera que essas declarações são um simples truque publicitário por parte de um governo que se sente apoiado pelos Estados Unidos.

"Chama a atenção que os advogados que assumirão o caso sejam estadunidenses”, indicou Asturias, que opina que o governo golpista tem interesses nos Estados Unidos.

Em sua opinião, a decisão é mais "uma medida de caráter publicitário e político”, porque o governo de Franco tem o apoio de Washington; porém, não tem o apoio dos países da América Latina.

Além disso, questiona a autoridade moral e legal do líder paraguaio para realizar uma demanda em um tribunal internacional quando "nem sequer tem o reconhecimento da maioria dos Estados latino-americanos como presidente do Paraguai”.

"As decisões tomadas pela Unasul e pelo Mercosul”, assegura Asturias, "são soberanas e nenhum tribunal tem competência para definir a política exterior dos países do mundo e, nesse caso, de países da América Latina”.

Em sua intervenção, Franco assinalou que pretende aproveitar a Assembleia Geral das Nações Unidas, que se iniciará no próximo dia 18 de setembro, para ratificar seu rechaço à sanção do bloco regional.

O Mercosul decidiu suspender ao Paraguai até que se realizem as próximas eleições nesse país, em abril de 2013.

Fonte: RT
Tradução: Adital