Chile: ex-genro de Pinochet ganha exploração do lítio 

 A Sociedad Química y Minera de Chile (SQM), empresa de Julio Ponce Lerou, ganhou a primeira licitação realizada no Chile para explorar o lítio, com uma oferta de 19 mil 301 milhões de pesos chilenos (cerca de 40 milhões de dólares) superou as concorrentes, segundo informou o Ministério de Mineração.

Campo de lítio no Chile/ Foto: ElCiudadano
 100 mil toneladas por 20 anos é o contrato que se firmou a SQM para explorar o chamado “ouro branco”. A empresa de Ponce Lerou, familiar do ex-ditador Augusto Pinochet, superou ao consórcio coreano-japonês Posco Consortium e a Sociedad Legal Minera NX UNO de Peine.
 

 A concessão foi feita em meio a polêmica que gerou o fato do subgerente geral da SQM, Patricio de Solminihac, ser irmão do atual titular da Mineração, Hernán de Solminihac, o que gerou a desqualificação do ministro. Além disso, nos tribunais, o ministro Jorge Dahm tramita um recurso apresentado pelos senadores Ximena Rincón (DC), Isabel Allende (PS) e José Antonio Gómez (PRSD).

Segundo estimativas do Governo, o Chile tem 41% do mercado mundial do lítio e 25% de suas reservas, recurso usado na fabricação de baterias e refrigerantes, entre outros. Pela exploração do lítio, o Estado receberá 7% das vendas brutas pelo royalty, o que somaria 350 milhões de dólares, durante o período de operação do contrato.

Atualmente as únicas companhias que operam no mercado do lítio no país são SQM, que é o maior produtor mundial deste mineral e a Sociedad Chilena del Litio (SCL).

Pinochet

Julio Ponce tem um passado cinza, tanto por sua próxima relação com Pinochet, como a posição em que ficou com as turvas privatizações de empresas do Estados realizadas pela ditadura entre 1985 e 1989, que significou uma perda superior a dois milhões de dólares para o patrimônio estatal.

Vale dizer que a maioria de quem foram os atores deste processo hoje estão em importantes cargos do poder econômico. Ponce, engenheiro florestal, foi casado com Verónica Pinochet Hiriat.

Em 1978 foi nomeado presidente da empresa Celulosa Constitución (Celco) e conduziu sua privatização. Foi gerente de empresas, mas teve que renunciar em 1983 pelas críticas a sua rápida ascensão para a fortuna. Reapareceu em 1987 com a privatização da Soquimich.

Fonte: ElCiudadano
Tradução do Vermelho