Colombianos devem se envolver no processo histórico pela paz

As expectativas em torno dos diálogos rumo à paz na Colômbia são grandes dentro e fora do país. Por isso, para apoiar o processo de diálogo entre governo e Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e incentivar a população a se envolver mais neste importante momento da história do país foi que organizações nacionais e internacionais se pronunciaram lembrando que "a paz é uma urgência nacional”.

Marcha patriótica - AFP

Assembleia permanente da Sociedade Civil pela Paz, Cinep, Redepaz, Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz, Indepaz, Foro Arauca, Igreja Menonita, Justapaz, Agência Católica Irlandesa para o Desenvolvimento, Trocaide, Rota Pacífica das Mulheres, Corporação Novo Arco Íris, Rede Nacional de Mulheres e Corporação Plural, por meio de comunicado conjunto, também chamam o Exército de Libertação Nacional a "dar os passos necessários” para se unir a este diálogo.

As organizações chamam atenção à importância da participação ativa da sociedade nas negociações que começam na primeira semana de outubro, com uma mesa de diálogos em Oslo, na Noruega, pois "só assim gozarão da legitimidade para garantir a sustentabilidade dos acordos a que se chegue”, alertam.

Outro ponto que deve ser levado em consideração, na opinião das organizações, são os aprendizados deixados pelas tentativas anteriores de diálogo rumo à paz. Entre as lições aprendidas e que devem ser repetidas nesta negociação sublinham o respeito irrestrito aos direitos humanos, o fim das hostilidades, a definição de uma agenda viável, o acompanhamento por parte da sociedade civil e da comunidade internacional e a importância do compromisso estatal e das Forças Armadas.

Aliado a isto, lembram aos dois lados que para criar condições favoráveis ao diálogo de paz também é preciso respeitar as regras de não violência contra a população e seus bens, respeitar as liberdades, abdicar de atos que signifiquem deslocamentos ou confinamento das populações e respeitar os bens particulares e de propriedade coletiva, garantindo que estes não se convertam em cenários de guerra.

Paz

A Fundação para a Reconciliação, que existe e trabalha há cerca de dez anos em torno da construção da paz na Colômbia e no mundo, também está atenta a este momento de construção da paz verdadeira na Colômbia e propõe ao país quebrar o ciclo de violência por meio do uso da palavra. A Fundação acredita que a violência pode ser superada por meio do perdão e da reconciliação.

"Desde nossa proposta oferecemos ao país uma oportunidade para superar o ciclo da violência por meio do uso da palavra e convidamos a que o exercício do diálogo que hoje inicia construa uma narração nova para a história”, defende a organização lembrando que o fracasso da palavra foi que permitiu a ascensão das armas.

A Fundação para a Reconciliação convida a população colombiana a refletir sobre a relevância histórica do processo que se inicia e a enxergar que a paz verdadeira e duradoura é um processo de construção coletiva.

"Os cidadãos e cidadãs que acumularam tantos poderes decisórios são a grande maioria no país e será de cada um de nós a responsabilidade final de aclimatar os diálogos e os conteúdos que a paz requer para se tornar uma realidade irreversível. É necessário desarmar a palavra. Chegou o momento em que é um imperativo moral e ético participar do fazer político no dia a dia da nação, o futuro em paz está em nossas mãos e deveremos idealizar todas as formas de participação que contribuam à conquista ansiada da paz na Colômbia”, defendem.

Fonte: Adital