Chilenos são reprimidos durante marcha por educação

Durante a manifestação os Carabineros “começaram a reprimir as pessoas […] Os estudantes avançaram até um dos lugares que não estava autorizado e por isso começou a repressão”, informou a correspondente da TeleSUR no Chile, Beatriz Michell.

“Algumas pessoas puderam chegar na zona central, mas os carabineiros impediram avançassem até o local onde se realizava o ato”, destacou.

Ela reportou que o eixo central na manifestação “é o tema do orçamento. Os estudantes consideram que não basta o aumento dos recursos para a educação, mas que estes sejam distribuídos e não vão só para os privamos, mas para as escolas públicas, para conseguir uma educação gratuita e de qualidade”.

A poucos dias para que o Governo do presidente chileno, Sebastián Piñera, apresente no Congresso sua proposta de orçamento do Estado para 2013, vários líderes estudantis, advertem que esta proposta levaria ao fechamento de uma rede de escolas públicas.

O presidente da Confederação de Estudantes do Chile (Confech), Gabriel Boric, confia que desta vez os estudantes sejam considerados no debate pela lei de Orçamento, e que o Governo tenha “a decência” de dialogar com eles antes de enviar o projeto ao Parlamento.

“Como movimento estudantil temos muito que dizer a respeito e , por tanto, esperamos ser considerados neste debate. Nós temos uma atitude poropositiva, mas seria inaceitável sermos ignorados”, afirmou Boric.

Desde 2011, os estudantes chilenos protagonizaram mais de 40 manifestações pacíficas para demandar uma mudança no sistema educacional herdado da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), que reduziu pelo menos na metade os recursos públicos destinados para o ensino e fomentou uma maior inclusão dos privados no setor.

Atualmente, muitas famílias chilenas se veem asfixiadas pelos créditos que estão obrigados a pedir para o setor privado para financiar a educação superior de seus filhos.

Os estudantes chilenos, que sofrem múltiplas repressões por parte dos Carabineros, tem dito em reiteradas ocasiões que não serão conformistas e não se renderão até alcançarem seus objetivos: o fim do mercantilismo na educação e igualdade para todos os setores da população.

Fonte: TeleSUR