Líder estudantil chileno afirma que educação deve mudar

“A educação no Chile requer hoje mudanças estruturais, para que os setores mais desprivilegiados não sejam cada vez mais excluídos do acesso ao ensino”, disse o presidente da Coordenadora Nacional de Estudantes Secundários (Cones), Cristofer Sarabia. 

Em entrevista a Prensa Latina ele assegurou que um dos grandes problemas na esfera dos colégios municipais. "Estes colégios são considerados a última opção em qualidade da educação, pois estamos criando condições nas populações para que a gente segue na pobreza", refletiu. 

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O líder da Cones precisou que no Chile o sistema de financiamento se calcula pela assistência de alunos às aulas, de maneira que se um estudante tem que ir todos os dias à escola, o colégio recebe os 42 mil pesos (cerca de 88 dólares) por aluno, mas se não vão, lhe começam a descontar gradualmente.

"Então que ocorre com os colégios públicos, aos quais muitos jovens para poder chegar até eles têm que viajar uma hora, inclusive duas ou mais por caminhos de terra nas zonas rurais", comentou Sarabia.

"Queremos que não se continue vendo à educação a nível de municipalidades, porque se se elege a um prefeito, ao qual não gosta da educação pública fará todo o possível por fechar os escolas, é por isso que queremos que as escolas voltem a mãos do Estado", considerou o porta-voz da Cones.

Diz-se que estão injetando recursos à educação, acrescentou, mas, essas finanças não chegam aos colégios, e se seguem fechando escolas. O jovem destacou que essa é uma das razões pelas quais os estudantes defendem uma mudança estrutural, que inclua uma modificação na forma de dar subvenção à demanda

O presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica, Noam Titelman, afirmou que uma carreira universitária custa anualmente, em média, cerca de três milhões de pesos (mais de seis mil dólares).

"E se levar em conta que as carreiras no país duram entre seis e sete anos, estamos falando de 21 milhões de pesos (mais de 44 mil dólares), que comparado com o salário mínimo, são os impostos mais caros do mundo", concluiu Titelman.

Na última quinta-feira (27), entorno de 70 mil pessoas marcharam por ruas de Santiago do Chile em defesa de uma educação pública, gratuita e de excelência.

A manifestação realizou-se dias antes de vencer o prazo para que o Governo apresente ao Parlamento seu projeto de orçamento para 2013, que na opinião de vários líderes estudantis, provocará sérios recortes aos fundos dos colégios públicos, pelo que muitos poderiam desaparecer para fins deste ano.

Fonte: Prensa Latina