Sessão na Assembleia lembra os 100 anos de Jorge Amado

O centenário do nascimento do escritor baiano Jorge Amado (1912-2012) foi celebrado em uma sessão na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), na manhã desta quinta-feira (27). A homenagem, de iniciativa do deputado Álvaro Gomes (PCdoB), reuniu familiares, estudiosos, artistas, autoridades e estudantes no plenário da Casa.

Além de Álvaro, o PCdoB foi representado, também, pela deputada federal Alice Portugal e pelo candidato a vereador por Salvador, Everaldo Augusto. Jorge Amado fez parte do Partido Comunista, sendo eleito, inclusive, deputado federal pela Assembleia Constituinte, em 1945.

“Além de brilhante escritor, que traduziu a Bahia para o mundo, Jorge foi um importante nome na bancada comunista. É dele a lei que garante aos brasileiros a liberdade de culto”, lembrou Álvaro. O deputado também aproveitou para fala sobre a polêmica a cerca da saída de Jorge do partido:

“Há quem diga que ele [Jorge Amado] rompeu com o comunismo, mas isso não é verdade. Ele se desligou para cuidar da sua obra, mas sempre manteve firme a sua essência. Continuou lutando e contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e humana”, defendeu.

Após declaração de Álvaro, o filho do escritor, João Jorge, também usou do seu pronunciamento para desfazer o mal entendido. “Meu pai nunca se desligou do Partido Comunista. Não houve rompimento. Ele apenas se afastou das atividades de militante para se dedicar mais à sua literatura”, explicou.

De acordo com João Jorge, o espírito comunista do pai se manteve em todos os trabalhos e contestou a tese de que a obra de Jorge pode ser dividida entre “antes da política” e “depois da política”. “Os personagens dele sempre representaram as minorias, como as mulheres e as prostitutas, e os amantes da liberdade”, defendeu.

Influências

Álvaro Gomes também lembrou da influência que as obras de Jorge Amado tiveram em sua formação política. Entre os trabalhos listados, está Subterrâneos da Liberdade (1954), que o deputado apontou como um dos guias para quem ingressa na atividade política. “Este livro eu sempre indico para os novos filiados do PCdoB que querem entender o comunismo e o socialismo”, contou.

O parlamentar falou também de “O Cavaleiro da Esperança” (1941), a biografia de Luís Carlos Prestes escrita por Jorge para pressionar a libertação do líder comunista, preso desde de 1936.

Título

Além da sessão de homenagem na Assembleia, Álvaro propôs, também, a concessão do título de Cidadão Benemérito da Liberdade e da Justiça Social João Mangabeira pós morte ao escritor.

De Salvador,
Erikson Walla