Líder palestino condena na ONU ocupação israelense

Sob aplausos, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (OLP), Mahmoud Abbas, entrou nesta quinta-feira (27) no plenário da Assembleia-Geral da ONU para, mais uma vez, pedir às Nações Unidas que reconheça o Estado da Palestina. O líder máximo dos palestinos aproveitou o discurso para condenar a ocupação da Cisjordânia pelo Estado sionista israelense.

“Não há lar para nós que não seja a Palestina. Não há outro lar para nós, só a Palestina”, disse o presidente da Autoridade Nacional Palestina.

Diferentemente do ano passado, quando pediu ao Conselho de Segurança o reconhecimento da Palestina como membro-pleno das Nações Unidas, desta vez Abbas solicitou o reconhecimento da Palestina como não-membro.

Abbas ressaltou que, apesar disso, vai manter os esforços para que a Palestina seja reconhecida como membro de plenos direitos.

Atualmente, os palestinos possuem status de observadores, representados pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

Apartheid

Durante seu discurso, Abbas criticou a ocupação israelense da Cisjordânia, sobretudo por parte das tropas do Exército e do avanço das colônias judaicas — povoações construídas pelo governo dentro de território palestino e ocupadas por israelenses.

Segundo Abbas, Israel realiza uma “limpeza étnica” com as ocupações.

“Nossa população se tornou alvo de mortes, abusos e torturas das forças de Israel que ocupam nosso território”, assinalou.

Para Abbas, o governo sionista israelense faz vista grossa aos crimes racistas cometidos pelos colonos, que vivem nos assentamentos.

Além disso, o líder palestino condenou os famosos “check points”, que são postos de controle instalados pelo Exército de Israel em estradas dentro da Cisjordânia. Muitas vezes essas estradas ligam cidades controladas pela Autoridade Nacional Palestina, mas, por causa dos “check points”, o acesso acaba interrompido por ação de soldados israelenses.

“Os ‘check points’ impedem o acesso de palestinos a escolas, hospitais, isto é uma humilhação.

Para ele, a ocupação cria uma situação de apartheid contra o povo palestino.

Última chance de paz

Segundo Mahmoud Abbas, a paz entre palestinos e israelenses virá por meio de negociações entre a Autoridade Nacional Palestina e o governo de Israel e passa obrigatoriamente pela criação do Estado palestino.

Mahmoud Abas enfaticou, porém, que “o governo de Israel rejeita a solução de dois Estados. Essa solução significa a coexistência de dois Estados. E significa o cumprimento dos acordos assinados há 19 anos entre a OLP e Israel na Casa Branca.

Segundo Abbas, “talvez essa seja a última chance de uma solução negociada e salvar a paz”.
Esta solução, de acordo com o presidente palestino, inclui independência do Estado, reconhecimento das fronteiras de antes de 1967 e de Jerusalém Oriental como capital do Estado Palestino.

Em 1967, durante a Guerra de Seis Dias, os sionistas israelenses ocuparam a parte oriental de Jerusalém, as colinas de Golã (usurpadas da Síria), o deserto do Sinai (posteriormente devolvido ao Egito), a Faixa de Gaza (posteriormente desocupada) e grande parte da Cisjordânia, onde continua construindo as colônias.

Com agências