A independência nacional e as relações exteriores da Venezuela

A uma semana para as eleições presidenciais venezuelanas, a recuperação da independência nacional emerge cada dia com mais força como o mais importante resultado da gestão governamental do presidente Hugo Chávez.

Por Alfredo G. Pierrat, na Prensa Latina

Essa conquista foi ressaltada pelo próprio mandatário em todos os discursos pronunciados ao longo da campanha eleitoral para sua reeleição e é explicado em detalhes no programa de governo que apresentou para o período 2013-2019.

"Treze anos de Revolução Bolivariana nos devolveram a independência política", afirma o documento e acrescenta que a Venezuela teme hoje um governo "que não atende aos ditames do imperialismo nem de burguesia alguma".

Não é de estranhar, portanto, que o primeiro dos cinco grandes objetivos históricos propostos por Chávez para alcançar durante os próximos seis anos seja, precisamente, "Defender, expandir e consolidar o bem mais precioso que reconquistamos depois de 200 anos: a independência nacional".

O próprio presidente destacou o caráter independente da Venezuela, ao comentar a importância de oito acordos assinados com a Rússia na área energética, durante um encontro com uma delegação desse país euroasiático realizado no Palácio de Miraflores.

"Só em um país libre, independente, como é a Venezuela hoje, graças à Revolução Bolivariana, pudemos desenvolver um conjunto de relações de grande benefício para a Venezuela, também para a Rússia, o beneficio (é) mútuo", afirmou o chefe de Estado.

Depois de várias décadas de vínculos exclusivamente diplomáticos, Caracas e Moscou desenvolveram nos últimos anos uma estreita e sólida relação que se estende pelas áreas política, científica, econômica e, mais recentemente, na construção de habitações e no setor energético.

Segundo fontes russas, depois da chegada do presidente Hugo Chávez ao poder, seu governo mantém a linha de intensificação do diálogo político com a Rússia, ampliação de todo o complexo das relações bilaterais que alcançaram ultimamente o nível de associação estratégica.

São relações muito proveitosas para continuar fortalecendo a Venezuela e a Rússia", disse o presidente venezuelano em um discurso, e aludiu igualmente aos vínculos alcançados com outros países, entre eles a República Popular da China.

O fomento e a ampliação dos vínculos com a Rússia e a China se inscrevem dentro da estratégia desenvolvida pelo governo venezuelano para promover a multipolaridade nas relações internacionais, enquanto busca impulsionar o desenvolvimento econômico, técnico-científico e social do país.

Graças aos múltiplos acordos de cooperação e aliança assinados com a China e a Rússia, a Venezuela alcançou grandes avanços em matéria tecnológica, disse Chávez em meados de julho passado, durante uma visita à Base Aérea Militar Capitão Manuel Rios, no estado de Guárico.

O processo revolucionário que a Venezuela vive atualmente permitiu consolidar uma verdadeira independência tecnológica, sob uma estratégia geopolítica de desenvolvimento, precisou naquela oportunidade, e ressaltou que "conquistamos tudo isso graças a que somos livres".

Somente com a República Popular da China, até fevereiro deste ano haviam sido assinados cerca de 430 acordos de cooperação bilateral, segundo informou o vice-presidente executivo, Elias Jaua.

Isto permitiu – disse Jaua – a execução de cerca de 200 projetos em território venezuelano, em setores como o energético, mineral, agrícola, comercial, tecnológico, industrial, aeroespacial, cultural e social.

Empresas da Rússia e da China mantêm acordos com similares venezuelanas para a exploração de áreas na Faixa Petrolífera do Orinoco e para a construção de milhares de habitações, entre outras áreas de cooperação.

Igualmente, os dois países desempenharam um papel decisivo no fortalecimento e modernização da Força Armada Nacional Bolivariana.