Centrais Sindicais não querem horário de verão na Bahia 

As direções estaduais da CTB, CUT, Nova Central e Força Sindical se reuniram com o governador da Bahia, Jacques Wagner, para reivindicar a não adesão da Bahia ao horário de verão, previsto para ter início em 21 de outubro. Agora, os trabalhadores aguardam a análise e resposta ao pleito.

O presidente da CTB-BA, Adílson Araújo, disse que as centrais defendem que não haja o alinhamento com os estados do Sul e Sudeste, até porque o horário de verão não impacta em economia nenhuma, fato já comprovado. “Pelo contrário, isso vai acarretar em uma exaustão maior para os trabalhadores, que terão de acordar mais cedo e trabalhar mais.”

De acordo com o sindicalista, os dirigentes foram enfáticos ao cobrar de Wagner um posicionamento claro, pois, no ano passado, a Bahia foi o único estado do Norte-Nordeste a aderir ao horário. Adílson afirmou que é importante que o governo leve em consideração o pleito no sentido de permitir um desfecho favorável para os trabalhadores, que são protagonistas do processo em que vive a Bahia e o Brasil.

“O governo vai analisar o pleito observando, evidentemente, o posicionamento dos diversos setores. Posteriormente, eles vão responder qual será sua posição com relação ao Horário de Verão, já que isso tem despertado muita reclamação por parte dos trabalhadores, em particular os operários da construção civil, rodoviários e da linha de produção”, afirmou.

Desde 2011, as centrais sindicais reclamam o fato de o governo ter adotado o horário. “Ano passado, manifestamos nossa posição no Conselho de Desenvolvimento Econômico do Estado, exatamente por conta da inquietação da classe trabalhadora que não admite isso. Pelo contrário, uma das reivindicações históricas no Brasil é a redução da jornada de trabalho. Com o horário de verão, além de o trabalhador cumprir uma jornada exaustiva, ele termina por estender essa jornada e, consequentemente, elevar a incidência de acidentes no trabalho”, avalia.

Para Adílson Araújo, a reivindicação dos setores empresariais é meramente mercantil, porque do ponto de vista da economia, está comprovado de que a redução dos gastos é pouca e a geração de emprego, quase nada. “Nessa época, o que há é o trabalho precário e sazonal, típico do período do verão.”

O encontro aconteceu na Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), e contou ainda com as presenças dos secretários estaduais de Comunicação, Robson Almeida, e de Relações Institucionais, César Lisboa.

Fonte: Correio do Brasil