Paraguaios promovem ato em apoio a Lugo e Frente Guaçu

No Paraguai, um ato massivo realizado em Coronel Oviedo, capital do departamento Caaguaçu, no leste, marcou um forte apoio popular à Frente Guaçu, coalizão de partidos e movimentos da esquerda paraguaia, e ao destituído presidente constitucional, Fernando Lugo.

A importância do evento é ressaltada nesta sexta-feira (26) até mesmo por meios de comunicação contrários a Lugo, que calculam cerca de 10 mil pessoas participaram da concentração, número que supera todos os atos públicos efetuados até agora pelos partidos políticos tradicionais.

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Elemento transcendente da mobilização é ter sido realizada numa cidade localizada em uma área de forte presença camponesa, situada a 132 quilômetros de Assunção. Também surpreendeu o insistente coro do público pedindo que Lugo se candidate novamente à presidência da República.

O governo e o Tribunal de Justiça Eleitoral alegam que, de acordo com a Constituição, Lugo não pode ser novamente candidato, pois é proibido a reeleição no Paraguai, enquanto juristas apontaram que isso não é válido, porque seu mandato foi interrompido por um golpe de Estado.

"Os políticos golpistas me destituíram por ajudar aos pobres e, porque não querem saber da democracia", afirmou o presidente constitucional em seu discurso, boa parte do qual foi pronunciado em idioma guarani e dirigido especialmente aos camponeses.

Advertiu aos presentes que é preciso ter muito cuidado com os golpistas que agora aparecem maquiados como democratas na imprensa, apesar de terem posto fim aos programas sociais criados durante seu governo para ajudar os mais necessitados.

Assegurou que logo se conhecerá a verdadeira história do confronto ocorrido em junho passado em Curuguaty, durante um desalojamento camponês no qual morreram 11 camponeses e seis policiais, usado como argumento para o julgamento político que o tirou do cargo. 

"Haverá um "golpe popular" e com os votos soberanos, o povo voltará ao Palácio dos López , para que novamente os pobres deste país recebam ajuda, como foi feito durante meu governo inconcluso", manifestou com relação às eleições de abril de 2013.

Lugo destacou que os golpistas continuaram mostrando seu verdadeiro rosto ao recusar ao Congresso o protocolo democrático do Mercosul, conhecido como Ushuaia II, assim como fizeram com Ushuaia I, promulgado pela Unasul, ambos assinados por ele enquanto exercia como chefe de Estado.

"Não gostam que lhes chamem de golpistas, mas esse é seu verdadeiro nome", concluiu entre o entusiasmo da multidão presente.

Fonte: Prensa Latina