China: Comunistas reafirmam presença operária no Congresso

No início de novembro deste ano, o trabalhador migrante de 48 anos, que vive agora na cidade de Harbin, capital da província de Heilongjiang, Meng Guangbin, vai participar do 18º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCCh) em Pequim, capital do país.

Meng Guangbin e outras 25 pessoas vão aparecer na plataforma política mais alta da China como representantes de centenas de milhões de trabalhadores migrantes da China, participando nas decisões democráticas e debatendo as questões mais relevantes.

A participação de mais representantes da base no PCCh pode clarificar as exigências das diversas comunidades sobre o desenvolvimento do país e também significa bastante para o partido no poder.

Meng Guangbin mudou para Harbin desde a sua terra natal, na província de Shandong, em 1988, e aprendeu a consertar calçados. Desde essa altura, ele começou a sua carreira como sapateiro no campos da Universidade Normal de Harbin.

Ele nunca cobrou para os estudantes universitários pobres, os idosos e pessoas com deficiência. Nos últimos 20 anos, Meng Guangbin doou mais de cinco mil yuans para ajudar mais de 200 pessoas. Ele tem sete cadernos preenchidos com mensagens de agradecimento e elogios de pessoas que ele ajudou.

" Os cadernos são uma inpiração para minha vida, e todas minhas propriedades. Eu faço o bem do fundo do coração, e durante minha vida sempre consertei calçados para todos."

Segundo os dados, 250 milhões dos habitantes da China são trabalhadores migrantes. Os dados do governo central revelam, nos últimos anos e de forma consecutiva, a consolidação da garantia de emprego dos trabalhadores migrantes e a defesa dos seus direitos legais.

Nas "duas sessões" de 2008, representantes dos trabalhadores migrantes apareceram pela primeira vez entre a representação mais alta do país. A participação dos trabalhadores migrantes nos assuntos nacionais está sendo estendida, o que também oferece uma nova prespetiva para o mundo observar o desenvolvimento da China.

O professor da Escola Central do Partido, Xin Ming, ressalta que: " A China está se modificando de uma sociedade agrícola para uma industrializada. Os trabalhadores migrantes são uma força importante durante este processo de transformação. Nós prestamos atenção às suas exigências e garantimos os seus direitos legais, o que significa bastante para a promoção do desenvolvimento do país e também beneficia o PCCh."

Como o maior partido no mundo, o Partido Comunista da China tem mais de 80 milhões de membros. 30,5% dos representantes para o congresso são trabalhadores dos setores mais básicos, o que representa um aumento de 2,1% em relação ao ano passado.

Ma Gongzhi, de 39 anos, trabalha como projecionista de filmes na aldeia Bailin, na província de Hunan. Ele sofreu poliomielite quando tinha cinco anos, mas não desistiu da vida e começou a operar como projeccionista desde 1988, com 15 anos. Durante sua carreira de 23 anos no setor, ele e seus pais viajaram por mais de 200 mil quilometros entre montanhas, visitaram mais de 1.000 aldeias e passaram mais de 11 mil filmes, com audiências de mais de 2,5 milhões de pessoas.

Por outro lado, a sua terra natal, a aldeia Bailin, possue mais de 330 hectares de terra arável para crescer tabaco, mas os habitantes locais não sabiam como produzir tabaco de alta qualidade. Nesse contexto, Ma Gongzhi elaborou um PowerPoint sobre o processo de cultivo de tabaco para ensinar os agricultores. Com a ajuda dele, a aldeia Bailin se tornou mais e mais próspera.

Depois de ser eleito como o representante para o 18º Congresso Nacional do PCCh, Ma Gongzhi projetou filmes de noite e coletou os pedidos e sugestões dos agricultores.

Segundo o professor da Escola Central do Partido, Xin Ming, a participação de mais representantes da base popular no congresso significa que o desenvolvimento chinês se foca mais nos interesses dos cidadãos comuns. Os representantes das classes inferiores podem refletir melhor os requesitos da comunidade e contribuir para um melhor desenvolvimento do país.

Fonte: Rádio Internacional da China