Grande SP: Em 2 semanas, 142 pessoas foram mortas

Nos últimos 15 dias, 142 pessoas morreram na Grande São Paulo. Na guerra entre facções criminosas e a força policial, a média diária de assassinatos (quase dez) supera a verificada tanto neste ano quanto em 2011 – seis.

Entre a noite de quinta e a manhã de sexta, 15 pessoas foram assassinadas e outras 12 baleadas. Isso ocorreu menos de 24 horas após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmar que a série de crimes registrada na Grande São Paulo estava diminuindo.

Dentre os crimes, uma chacina em Santo André (ABC) deixou cinco mortos. Nos outros casos, as vítimas foram mortas em circunstâncias ainda não esclarecidas.

Nove pessoas foram baleadas entre as 19h30 de aquinta e a 0h de sexta no Jardim São Luiz, na zona sul de São Paulo. Três morreram e duas ficaram feridas. Na mesma região, outros homens foram baleados.

Anteontem, Alckmin disse que fazia acompanhamento diário da onda de violência. "[As mortes] já estão em processo de queda. Eu tenho um acompanhamento diário, elas já estão em um ritmo bem menor. Tem coisa que não tem ligação com o crime organizado", disse, contrariando os fatos.

A escalada da violência começou em setembro, mês em que 144 pessoas foram mortas na capital, e se intensificou após o dia 24 de outubro. Desde então, são comuns relatos de motoqueiros matando moradores e policiais.

Para a polícia, parte das mortes foi ordenada pelo PCC, parte é de bandidos se aproveitando para matar desafetos e há os crimes ocasionais, como os passionais. O delegado Jorge Carrasco, diretor do departamento de homicídios, chegou a dizer que a onda de homicídios era um "balaio louco".

A chacina em Santo André não tinha explicação até a publicação desta matéria. "Ele não roubava e nunca foi violento", disse Elisângela Alves dos Santos, ex-mulher de Agnaldo Nascimento Silva, uma das vítima.

Com Folha de S.Paulo