Jaques Wagner diz que pode ser candidato à Presidência em 2018

Em uma entrevista exclusiva ao jornal A Tarde, um dos maiores periódicos da Bahia, publicada nesta terça-feira (13/11), o governador Jaques Wagner (PT) falou sobre as últimas eleições no estado e aproveitou para revelar que, após deixar o Governo, poderá disputar a Presidência da República, em 2018. Wagner falou ainda do discurso do alinhamento, bastante pregado pelo PT no último pleito, das eleições de 2014 e 2016 e de como será sua relação com o prefeito eleito de Salvador, ACM Neto (DEM).

O Vermelho destacou os principais trechos da entrevista, feita pelos jornalistas Biaggio Talento, Donaldson Gomes e Levi Vasconcelos.

Salvador

“O drama de uma eleição é sair menor do que entrou, e nós crescemos, mesmo no caso de Salvador. Em 2004, Nelson Pelegrino teve 21% dos votos. EM 2008, Walter Pinheiro teve 30% no primeiro turno. Agora, Nelson teve 39,7% no primeiro turno.”

“Perdemos a eleição em Salvador, mas já não tínhamos Salvador. Não existe uma causa única para uma vitória ou uma derrota”.

Alinhamento

“Muita gente não compreendeu que quando falamos em alinhamento, estamos falando em alinhamento de ideias. Dilma [Rousseff] tem obras em São Paulo, que não é um estado alinhado, assim como eu tenho obras em todo o estado, independente dos prefeitos”.

Eleitores

“Não acho que quem votou no Neto queria a volta do antigo sistema. Óbvio que uma parte é”.

2014

“A naturalidade política em 2014 é Dilma. Agora, em 2018 não tem [um candidato à Presidência em vista]. Nós que participamos deste projeto político gostaríamos que ele tivesse continuidade. Para a gente, ele pode ter continuidade com o PT ou com outro partido do grupo político”.

2016

“Cada eleição tem a sua própria história. O novo prefeito (ACM Neto) deverá ser candidato à reeleição e é diferente de quando há uma troca”.

2018

“Essa pretensa generosidade que se cobra do PT é porque o partido é hegemônico no país. Acho é que não pode ser sectário e intolerante. Não estou querendo lançar Eduardo Campos [governador de Pernambuco, do PSB, cotado a sucessor de Dilma], até porque em 2018 eu posso querer ser candidato. Perguntam-me se o PT admitiria apoiar Eduardo Campos. Esse jogo pode ser um jogo jogado. É óbvio que o PT poderá dizer “eu prefiro o meu”. O meu nome está aí, Lula pode estar, já falam que o Haddad, fazendo um bom mandato, pode ser”.

ACM Neto

“Neto será tratado como prefeito de uma capital e de uma cidade-sede da Copa do Mundo. Agora, se ele quiser fazer a prefeitura de palanque, aí é uma decisão dele. Se virar palanque, vai virar disputa”.

Greves

“Tivemos problemas com as nossas bases? Tivemos com as greves. Algumas pessoas insatisfeitas decidiram não votar para dar o troco. Na minha opinião foi um troco não merecido porque houve reajustes.

De Salvador,
Erikson Walla