Chico Lopes reage ao anúncio de votação da reforma política

“Aquilo que não é obrigado, não pode ser proibido”, afirmou o deputado Chico Lopes (PCdoB-CE, para se contrapor a proposta do fim das coligações nas eleições proporcionais. Em discurso no Plenário da Câmara, nesta terça-feira (27), o parlamentar disse, em resposta ao anúncio do Presidente da Casa de que pretende colocar em votação a reforma política esta semana, que é preciso saber qual a reforma que será votada. 

E anunciou que o PCdoB é a favor do financiamento público exclusivo de campanha, a lista preordenada e contra a proposta do fim das coligações proporcionais. Para o deputado, não colocar para votar essa reforma vai tornar ainda pior o sistema político-eleitoral brasileiro.

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“Portanto, sou a favor para que se faça a votação, mas que se procure um consenso para resolver quanto aos partidos pequenos, como o PCdoB e tantos outros neste País, porque, se não houver, nós estamos fora do jogo”, afirmou o deputado, referindo-se ao fim das coligações.

Ele criticou certos segmentos da Câmara que defendem o fim das coligações. E explicou que aquilo que não é obrigado, não pode ser proibido. “Nenhum partido é obrigado a fazer coligação com outro partido. Só faz se houver entendimento e aceitação de ambos os lados. Não é obrigado”, insistiu o parlamentar, para quem a reforma política que querem votar servirá apenas para acabar com as coligações proporcionais.

Segundo Chico Lopes, é preciso votar uma proposta de reforma política que acabe com as campanhas milionárias. Ele destacou que as eleições recentes demonstraram que o sistema de financiamento atual está esgotado.

“É necessário que tenhamos um sistema político que dê segurança ao eleitor e em quem ele votou, e o que for eleito deve respeitar a vontade soberana do povo -, mas não pode ser orientado pelas grandes empresas que financiam a campanha eleitoral”, explicou Lopes.

De Brasília
Márcia Xavier