Farc consideram que existe sintonia no diálogo com governo

As Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP) consideraram nesta terça-feira (27) que os diálogos de paz com o Governo colombiano apresentam "sintonia e um bom balanço".

Jesus Santrich - Farc - AP

Ao retomar-se, no Palácio de Convenções, em Havana, o diálogo que tem por objetivo encerrar décadas de conflito armado, o guerrilheiro Jesús Santrich destacou em breves declarações à imprensa o acordo atingido no último domingo (25) para abrir um espaço de participação cidadã no processo.

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"Chegamos a um convênio, e quando um convém quer dizer que há sintonia", opinou em alusão ao anúncio conjunto de um fórum em Bogotá, no próximo mês de dezembro, que permitirá aos diferentes atores sociais colombianos realizarem propostas e emitirem suas avaliações sobre a mesa de diálogo de paz instalada no dia 19 de novembro.

Segundo um comunicado, as partes solicitaram às Nações Unidas na Colômbia e ao Centro de Pensamento e Acompanhamento do Diálogo de Paz da Universidade Nacional que organizem e sirvam de relatores dos debates do encontro sobre desenvolvimento agrário integral, bem como a entrega das conclusões no dia 8 de janeiro.

Para Santrich, esse passo é um sinal favorável para a mesa, que teve na última segunda-feira (26) seu segundo dia de recesso. "Até o momento há um bom balanço e a imprensa deve ajudar a que seja melhor", apontou.

A guerrilha aproveitou o contato com jornalistas para reiterar sua esperança na incorporação de Simón Trinidad à conversa, que foi extraditado aos Estados Unidos onde cumpre 60 anos de prisão.

As Farc-EP solicitaram a Obama um indulto para Trinidade, embora um funcionário do governo estadunidense tenha descartado esse procedimento.

Como tem sido habitual desde o início das conversas, a delegação governamental, encabeçada pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle, chegou ao Palácio de Convenções sem oferecer comentários.

Após o recesso da segunda-feira, as partes entraram hoje na sétima jornada de diálogo para tentar encerrar décadas de conflito armado, processo regido por uma agenda que tem como primeiro ponto o tema da terra, ao qual os interlocutores coincidem em qualificar como a origem e o motivo do recrudescimento das hostilidades.

O programa inclui também as questões da participação política, o fim do conflito em si, a solução ao problema do narcotráfico e o ressarcimento às vítimas, além de um mecanismo de implementação, verificação e referendamento do acorado.

As conversas que têm sua sede permanente nessa capital e Cuba e Noruega como fiadores foram marcadas pela discrição e o hermetismo em torno do discutido.

Até o momento, a delegação do Governo de Juan Manuel Santos na mesa não ofereceu declarações à imprensa, enquanto os representantes da guerrilha o fizeram dia depois de dia, ao chegarem ao Palácio de Convenções com anúncios, denúncias e breves comentários.

Destaca-se o pronunciamento realizado pelo chefe da delegação insurgente, comandante Iván Márquez, que no dia da instalação da mesa anunciou um cessar-fogo unilateral das ações ofensivas das Farc-EP, desde o 20 de novembro até o dia 20 de janeiro de 2013.

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Fonte: Prensa Latina