México: organizações denunciam imposição de milho transgênico

A Via Campesina, a ETC Groups e Grain, em carta conjunta direcionada a José Graziano da Silva, diretor geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e Braulio Ferreira Souza Dias, secretário executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD), pedem atenção e ação rápida à iminente contaminação transgênica do milho camponês em seu centro de origem, o México.

Chamam a atenção para temas de gravidade e relevância como os impactos dessa contaminação sobre a biodiversidade agrícola, as possibilidades de enfrentar a mudança climática e a soberania alimentar a nível global.

De acordo com a carta aberta, no mês de setembro de 2012, três empresas transnacionais – Monsanto, DuPonty e Dow – solicitaram a liberação comercial do cultivo do milho transgênico por um total de quase 2,5 milhões de hectares em dois estados do México.

"Muitas organizações de camponeses, sociedade civil e também cientistas, acreditamos que essa liberação poderia ser aprovada em breve, já que as empresas anunciaram que plantarão milho transgênico a nível comercial na estação de cultivo dezembro-janeiro 2012/2013 e o governo do México ignorou as vozes críticas independentes das empresas”, explicam as instituições na carta.

O documento expressa que a superfície solicitada nessa ocasião é de tal envergadura que levará, sem dúvida, a uma extensa contaminação transgênica das variedades camponesas. "Seria a primeira liberação massiva e de escala comercial de cultivos transgênicos que afetará diretamente um cultivo alimentício global em seu centro de origem e diversidade”, salienta.

Fonte: Adital