Contra assentamentos, países convocam embaixadores israelenses

França, Reino Unido e Suécia convocaram os embaixadores israelenses em cada país para protestar contra a decisão de Israel de aprovar a construção de 3 mil novas casas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Aos embaixadores Daniel Taub, em Londres, Yossi Gal, em Paris, e Isaac Bachman, em Estocolmo, foi dito que o governo israelense deve desistir do plano de avançar os assentamentos.

O ministério de Relações Exteriores britânico emitiu um comunicado, condenando a decisão do premier Benjamin Netanyahu logo após o encontro com Taub. A secretária de Estado para o Oriente Médio e o Norte da África britânica, Alistair Burt, disse ao embaixador israelense que a construção das novas casas ameaça a solução de dois estados para o conflito com os palestinos.

"O embaixador foi chamado para expressarmos nossa desaprovação", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores francês, Philippe Lalliot.

Alemanha e Rússia também emitiram comunicados, condenando a medida anunciada sexta-feira por Netanyahu, uma clara resposta ao reconhecimento da Palestina como Estado não membro da ONU, na última quinta-feira. Berlim fez um apelo para que Israel desista da obra, enquanto Moscou disse ver com "séria preocupação" a expansão de assentamentos judaicos nos territórios palestinos.

"A construção de colônias nos territórios palestinos ocupados por Israel em 1967, incluindo Jerusalém Oriental, é ilegal, não foi reconhecida pela Rússia e pela comunidade internacional", destacou o ministério russo das Relações Exteriores.

Perguntado se a questão atrapalharia a visita de Netanyahu à Alemanha, o porta-voz do governo alemão Steffen Seibert disse que o encontro na quarta-feira com a chanceler Angela Merkel seria mantido.

Mais cedo, o jornal israelense "Haaretz" anunciou que Reino Unido e França estariam considerando tomar medidas mais drásticas contra o plano do governo de Netanyahu. Segundo diplomatas europeus, os países estariam pensando até em convocar seus embaixadores em Tel Aviv, uma medida sem precedentes. A França, no entanto, negou o boato. Segundo a Sky News, o governo estaria mesmo cogitando tomar medidas mais duras sobre o assunto, que incluiriam também a suspensão de acordos comerciais entre a União Europeia e Israel com base em cláusulas de direitos humanos.

Com agências