Termina encontro da sociedade civil colombiana em prol da paz
O Encontro Nacional dos Povos Construindo a Paz, que reuniu diversos setores da sociedade colombiana, terminou com um apelo à unidade – plural e inclusiva -, para cimentar a paz com justiça social desejada por todos.
Publicado 07/12/2012 13:38
Os participantes no fórum, aberto terça-feira passada, expressaram seu otimismo para o fortalecimento dos movimentos sociais e populares, e seu compromisso em contribuir para o surgimento de um novo país, seguindo o processo de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP), instalado em Havana, Cuba.
O caminho para acabar com a guerra e construir a paz é longo, diz a declaração escrita ao termino do evento. "Passa pelas etapas de diálogo entre o governo e a força insurgente, e continua nas construções de paz do movimento social e popular".
"Isso exige manter e fortalecer a unidade", acrescenta o texto, reconhecendo a dinâmica de cada fase e persistindo na articulação de processos de mobilização e diálogos criativos e estratégicos. “Está em nossas mãos mudar a realidade social e política na Colômbia" , sublinha.
Nesse sentido se inscreve a criação de um Caminho Social Comum para a Paz, composta "por mulheres e homens de várias expressões políticas, sociais, comunitárias, populares e eclesiais" agindo como um sujeito político, diz o comunicado.
Também foi anunciada a designação de 2013 como o Ano da luta popular social para a paz e justiça social, que "durante o primeiro semestre irá resultar em iniciativas mais diversas e processos de participação popular de forma setorial e territorial, com uma grande mobilização nacional ". Além disso, será criada uma Agenda Social para a Paz, que inclui "mais do que uma lista de tópicos sobre as questões sociais, econômicas, culturais e ambientais, mas um compromisso coletivo de um país, forjado a partir da diversidade e pluralidade," diz o documento.
Os participantes do fórum fizeram um chamado às Farc-EP e ao governo para não deixar a mesa de diálogo antes de assinar o Acordo Geral para a conclusão do conflito político, social e armado, e exigiu das autoridades do estado um cessar-fogo, já decretado pela força insurgente unilateralmente, e a incorporação do Exército de Libertação Nacional neste diálogo.
Este cenário deve ser blindado com garantias, transparência, ética e compromisso autêntico, sem cartões por debaixo da mesa, argumenta o documento.
Na reunião, que teve três plataformas e mesas paralelas de debates, participaram os delegados do País Basco, Irlanda, Guatemala, El Salvador e Argentina, incluindo vários acompanhantes e observadores de processos de paz semelhantes, cujos avanços, soluções, desafios e experiências compartilharam com as organizações sociais com Colômbia.
Também foram analisados, a partir de uma perspectiva histórica, os diálogos anteriores travados na Colômbia.
Após várias tentativas fracassadas durante governos anteriores, o diálogo liderado por Juan Manuel Santos e o líder guerrilheiro Timoleón Jimenez continuam em Havana com o processo de paz sustentado por uma agenda de cinco pontos, com a questão da terra como uma prioridade para discussões.
Ambas as partes reconheceram o avanço do diálogo e reiteraram sua disposição de concluir com êxito o Acordo Geral para acabar com o conflito e construir uma paz estável e duradoura.
Fonte: Prensa Latina
Tradução: Leo Ramirez