BC: juros avançam após aceleração de índice de preços

O mercado de juros vai buscar nas declarações que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, dará nesta terça-feira (11) à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado pistas sobre os próximos passos da política monetária, em um ambiente apontado por especialistas como sujeito à manutenção da taxa Selic por longo período.

Nesta segunda-feira (10), as taxas de juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em alta pela segunda sessão seguida, após índices de preços mostrarem aceleração. Mas o ajuste foi atenuado pelo desconforto do mercado com os últimos dados de atividade que sinalizaram uma economia ainda em ritmo lento de recuperação.

Dentre os contratos mais negociados na BM&F, o de vencimento em janeiro de 2014 (DI janeiro/2014) subiu para 7,05%, ante 7,00% de sexta-feira.

Corroborando esse quadro, veio a declaração do próprio diretor de política monetária do BC, Aldo Mendes, que classificou como adequada a atual taxa de juros no país, apesar da inflação.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acelerou e marcou alta de 0,50% na primeira prévia de dezembro, ante deflação de 0,19% no mesmo período de novembro. E o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) acelerou para 0,63% na primeira quadrissemana do mês, ante 0,45% no fechamento de novembro.

A aceleração desses índices foi ao encontro de projeções de mercado para o IPCA, segundo apontou o Boletim Focus do BC. A mediana das estimativas para 12 meses subiu de 5,39% para 5,44%.

"Tudo considerado, parece pouco provável que em prazo curto haja uma nova rodada de flexibilização da taxa básica de juros, com finalidade de estímulo econômico", aponta o economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg.

A expectativa do mercado por novas atuações do BC, após pesquisa de demanda por swaps cambiais tradicionais e leilões de venda com compromisso de recompra na sexta-feira, fez o dólar cair ontem 0,67%, a R$ 2,077, menor cotação desde 14 de novembro. As intervenções não se concretizaram, mas, em seu lugar, vieram declarações de Aldo Mendes, do BC, sobre o câmbio.

Fonte: Valor Econômico