Distrital Raad Massouh pode ser cassado
Em reunião nesta segunda-feira, a Mesa Diretora da Câmara Legislativa decidiu, por unanimidade, acatar abertura de investigação contra o deputado Distrital Raad Massouh (PPL). A representação, protocolada na semana passada pela Organização Não Governamental Adote Um Distrital, foi enviada para a Corregedoria.
Publicado 11/12/2012 08:17 | Editado 04/03/2020 16:40
O distrital é alvo de investigação do Ministério Público do DF e também da Polícia Civil. Segundo a apuração, houve desvio de finalidade em emendas parlamentares destinadas para a cidade de Sobradinho. A emenda parlamentar, de autoria de Raad, data de 30 de outubro de 2009, e destinou R$ 100 mil para incentivar o turismo rural. Mas o dinheiro foi usado em festas e eventos, e todos os contratos foram firmados sem licita ção pública pelo então administrador Carlos Augusto de Barros, indicado pelo próprio Massouh.
Na ocasião, Raad Massouh disse que a investigação do MP era um ataque pessoal e que ele não entendia os motivos que levaram Carlos Augusto de Barros a acusá-lo. Mesmo se dizendo tranqüilo com o fato, o parlamentar entregou o cargo que ocupava no executivo como secretario de Micro e Pequena Empresa e reassumiu o seu mandato na Câmara Legislativa.
Segundo o presidente da casa, deputado Patrício (PT), a Mesa Diretora não avaliou o mérito da questão: “Não analisamos o mérito da representação. Apenas verificamos o aspecto formal do documento, se tinham todas as informações necessárias e decidimos, por unanimidade, encaminhar para a corregedoria” explicou.
Sem prazo
Mesmo com o encaminhamento à Corregedoria, a representação contra Raad Massouh pode ficar sem andamento. Isso porque a Câmara Legislativa está sem corregedor há pelo menos quatro meses. Um novo nome só deve ser escolhido quando ocorrer a eleição para a presidência da Casa. A expectativa é que os nomes sejam conhecidos na última sessão do ano, marcada para quinta-feira (13).
Mas o presidente da casa está esperançoso e acredita que vai nomear um corregedor ad hoc no máximo até quarta-feira (12). Para isso, ele espera fazer uma sessão extraordinária e aprovar o nome em plenário. “Acho que não teremos dificuldade em eleger um corregedor ad hoc. O nome vai surgir e vamos aprovar em plenário", destacou Patrício.
Com o corregedor escolhido, o processo vai ser analisado. Depois dessa fase, a representação tem dois caminhos: o encaminhamento ao Conselho de Ética, que pode determinar a cassação do mandato de Raad Massouh; ou o arquivamento da denúncia.
O distrital explicou que pediu o encaminhamento da denúncia à Corregedoria e que portanto está "tranquilo" com o desfecho da reunião da Mesa Diretora. "Foi melhor não ter um arquivamento sumário para que não existam mais dúvidas. Quero que seja dado um veredicto com transparência. Quem tiver culpa, pagará por isso" explicou à reportagem.
Questionado se acredita que um corregedor vai ser escolhido a tempo de analisar a representação ainda este ano, o distrital diz não saber, mas que prefere "que o assunto termine ainda essa semana, antes do recesso parlamentar". Mas ressalta que espera que o assunto seja analisado "com calma" pelo novo corregedor.
Fonte: Brasil 247