PCdoB vitorioso e unido para projetos futuros em BH

Reunido no último dia 08 de dezembro, o Comitê Municipal do PCdoB em Belo Horizonte procedeu um minucioso debate acerca do quadro político, aprovou resolução de balanço das eleições e indicou as tarefas partidárias para o próximo período. O documento aponta que o Partido buscará acumular “força para viabilizar o lançamento de uma possível candidatura própria à disputa majoritária de 2016”. Em seguida realizou uma grande confraternização de fim de ano com a militância e amigos.

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A reunião contou com a colaboração de Wadson Ribeiro, vice-presidente do PCdoB-MG e membro do Comitê Central na exposição de conjuntura. Para o dirigente, a terceira grande crise do capitalismo em curso encontra-se em um momento de extrema gravidade atingindo com mais força os países da zona do euro. É uma crise “que vai gestando um mundo mais multipolar, na medida em que países como China, Brasil, Russia, índia e Africa do Sul passam a ter mais peso econômico e político”, disse Ribeiro.

Para Wadson, as forças de sustentação ao Governo Dilma obtiveram uma vitória expressiva, notadamente os partidos de esquerda. O dirigente chama atenção para a tentativa da oposição hoje feita através do judiciário e dos chamados órgãos de controle; estes tentando inviabilizar o governo, aquele criminalizando os partidos de esquerda e a maior liderança popular do Brasil, o ex-presidente Lula. “É a luta de classes em um dos momentos de maior acirramento no país”, conclui Ribeiro. O dirigente questiona a tão ventilada vitória tucana em Minas. “Exceto Betim, qual a grande cidade o PSDB saiu vitorioso? Em Belo Horizonte até o momento o PSB é base do Governo Dilma, tem dois ministros no Governo Dilma e no Congresso Nacional vota com o Governo Dilma, então que vitória é essa em BH? Quem ganhou em Belo Horizonte foi o PSB assim como em Contagem foi o PCdoB”. Por fim o dirigente parabenizou o coletivo partidário em Belo Horizonte ressaltando que foi uma das capitais do país que teve desempenho destacado pelo Comitê Central do PCdoB.

Em seguida Dalva Stela iniciou sua fala resgatando o crescimento do PCdoB em nível nacional e o grande crescimento do Partido em Minas, com a eleição em Contagem e mais cinco cidades do estado. Dalva registrou também a conquista de vereadores em cidades importante de Minas como BH, Contagem, Betim, Coronel Fabriciano e Ipatinga. A presidenta fez um breve relato da experiência de Belo Horizonte, notadamente as lideranças representativas que disputaram a eleição pela legenda comunista. “Unidade política em torno do projeto e lideranças representativas de toda a cidade foram a chave da vitória”, disse Dalva. “O PCdoB teve um crescimento de 70% em sua votação nominal, passando da 16º para a 8º força eleitoral na cidade”, concluiu Dalva. Em seguida passou-se a leitura da proposta de resolução.

Em clima de grande unidade em torno do documento apresentado pela Comissão Política, vários presentes fizeram uso da palavra. “A vitória obtida nas urnas é mérito dessa direção e das dezenas de talentos que levaram a mensagem do PCdoB através das suas candidaturas”, ressaltou Zito Vieira. “A eleição de dois vereadores é uma vitória coletiva” disse o vereador eleito Gilson Reis, que colocou o mandato a serviço do PCdoB e dos movimentos sociais. Dr. Sandro, também vereador eleito pelo PCdoB, colocou o mandato de portas abertas e chamou atenção para o resgate do legislativo municipal. “É fundamental isolarmos os setores conservadores da Câmara e unirmos os partidos de esquerda PCdoB, PT, PSB na eleição da mesa diretora”, disse Dr. Sandro. Finalizados os debates, passou-se a apreciação do texto que foi aprovado por unanimidade.

A Presidenta Dalva Stela fechou a reunião chamando atenção para a unidade alcançada na avaliação do processo eleitoral, bem como na posição de independência do PCdoB diante do Governo reeleito. Dalva ressaltou que no primeiro semestre de 2013 o Partido deverá fazer um amplo debate acerca do quadro político da cidade e se posicionar sempre levando em conta o o quadro político que se desenha para 2014.

Leia na íntegra a resolução aprovada pelo Comitê Municipal do PCdoB – BH:


PCdoB sai vitorioso em BH nas eleições 2012

1 – As eleições municipais se deram num contexto de grande disputa política onde todos os partidos procuraram se fortalecer e acumular forças. Os campos em disputa no país, a base de sustentação do governo Dilma e as forças conservadoras, buscaram consolidar e ampliar posições, tendo em vista a disputa presidencial de 2014.

2 – Em que pese a utilização do julgamento do chamado “mensalão” por parte da grande imprensa e dos partidos conservadores, buscando criminalizar o PT, o ex-presidente Lula e os partidos de esquerda, o resultado que sai das urnas é favorável ao nosso campo. Tal resultado certamente terá reflexo nas eleições de 2014, visto que os partidos da oposição PSDB, PPS e DEM diminuíram de tamanho, amargando sua principal derrota política no maior colégio eleitoral do País, a Cidade de São Paulo.

3 – Somente o PT e o PMDB, maiores partidos da base governista, obtiveram 33,5% da votação nacional. Ao passo que toda oposição junta alcançou apenas 20,36% dos votos. Destaca-se o crescimento dos partidos de esquerda PT, PSB, PCdoB e PDT. Se por um lado o PMDB mantem a liderança isolada no número de municípios e o PSD alcança a quarta posição em sua primeira eleição, por outro lado o PSB foi o partido que elegeu o maior numero de Prefeitos em Capitais, conquistando 5 dessas cidades. Apesar de não ter conquistado nenhuma Capital, o PCdoB foi o partido que mais lançou candidatos nas Capitais e mantém crescimento gradual, conquistando grandes cidades como Jundiaí, Contagem e Belford Roxo.

4 – O resultado da eleição em Minas mostra também uma vitória dos Partidos da base da Presidenta Dilma no Estado, em que pese que parte desses mesmos partidos seja também da base de sustentação do governo tucano. Em que pese o PSDB liderar em número de prefeituras conquistadas, nas 29 acima de 100 mil habitantes, ou seja, cidades de maior densidade populacional e peso econômico, os partidos de oposição (PSDB, PPS, DEM) elegeram apenas 4 prefeitos; os partidos apenas da base do Governo Dilma (PT, PMDB, PCdoB) elegeram 14; os demais partidos da base Dilma e que apoiam Anastásia elegeram 11 prefeitos.

5 – O PCdoB registrou grande crescimento em Minas. Saiu de duas prefeituras para 6. Conquistou duas vices. A eleição de Carlin Moura em Contagem, 3º PIB do Estado e segunda maior cidade da região metropolitana, foi a maior conquista do Partido. Passou de 39 para 60 vereadores(53% de crescimento), conquistando cadeiras em cidades polo do estado. O PCdoB está presente em 81 coligações vitoriosas.

6 – A disputa na Capital ganhou grande destaque no processo político tanto estadual quanto nacional, visto que a intervenção do Senador Aécio Neves acerca da coligação proporcional levou a uma ruptura da aliança PT e PSB em torno da reeleição do Prefeito Marcio Lacerda do PSB. Também por intervenção do Senador, agregou-se em torno da candidatura do PSB o Deputado Délio Malheiros do PV como vice e o Deputado Eros Biondini do PTB, depois que ambos retiraram suas candidaturas.

7 – Tal reviravolta culminou, de ultima hora, no lançamento do ex-prefeito Patrus Ananias do PT e à saída do PCdoB do apoio à reeleição do Marcio Lacerda. A nova situação criada levou a uma reaglutinação das principais forças políticas da base da Presidenta Dilma em BH, sendo que à candidatura petista somaram-se o PMDB, PCdoB e PRTB. Tais acontecimentos levaram ao envolvimento direto da Presidenta Dilma e do Ex-presidente Lula na disputa.

8 – Além das deficiências próprias de uma candidatura lançada na última hora como falta de planejamento, escassez de recursos financeiros, agravado por problemas de condução política outros fatores foram determinantes para o resultado. Dentre eles, destaca-se a força da candidatura do PSB, materializada nos 19 partidos coligados, mais de 700 candidatos a vereador, o poder da Prefeitura e do Governo do Estado. Nesse cenário, Marcio Lacerda foi reeleito com 52,6 % dos votos válidos, contra 40,8% de Patrus e 4, 25% do PSOL além dos 31% de votos brancos, nulos e abstenções. Fundamentalmente, nossa coligação saiu derrotada, em especial o PT que há duas décadas hegemonizava o comando da PBH.

9 – Encerrado o processo eleitoral os partidos começam a se posicionar para o embate de 2014. O desenvolvimento do quadro político em Belo Horizonte exige da direção partidária acompanhamento minucioso. Portanto, o PCdoB, nesse momento, adota postura de independência política em relação ao Prefeito reeleito. O Partido acompanhará os passos do Governo, sua composição política e a posição do PSB acerca da disputa de 2014. Na medida em que o quadro político ficar mais claro no primeiro semestre de 2013, o Partido se posicionará acerca da administração municipal depois de amplo debate com a militância.

10 – O PCdoB em Belo Horizonte estabeleceu como centro da sua tática eleitoral em 2012 a eleição de uma bancada de vereadores para a Câmara Municipal de Belo Horizonte com chapa própria. Encerrado o primeiro turno, registrou-se uma contradição: em meio a um cenário político incerto, decorrente da reviravolta ocorrida, o Partido obtém uma grande vitória na concretização do objetivo traçado elegendo dois vereadores. Apesar da não reeleição da vereadora Maria Lucia Scarpelli, 4 mandatos com referência na luta pelos Direitos do Consumidor e das minorias, a partir de janeiro de 2013 o Partido contará com duas grandes lideranças qualificando o Legislativo Municipal: Dr. Sandro Saltara, funcionário público municipal, médico do SUS e membro da Direção Municipal do PCdoB e Gilson Reis, professor, Presidente do SINPRO-MG e da CTB e membro da Direção Estadual do PCdoB.

11 – O PCdoB obteve um crescimento de cerca de 70% da sua votação nominal em relação ao pleito de 2008, passando de 32.121 para 54.939 votos; indo da 16º para a 8º legenda mais votada em BH. Isso se deve ao fato de o PCdoB ter conseguido apresentar uma chapa com 60 lideranças espalhadas por todas as regionais da cidade. A chapa do PCdoB conseguiu conjugar candidatos com forte influência de base geográfica com lideranças setoriais, das quais 62% novos filiados ao Partido. O resultado demonstrou a justeza do projeto partidário que conduziu todo o processo com a convicção que em chapa própria não é pertinente a tática da concentração. Nesse sentido, apesar do pouco tempo de TV, os critérios adotados para distribuição do tempo contribuíram sobremaneira para o êxito da tática.

12 – Cumpre ressaltar as profundas deficiências do ponto de vista financeiro, o que dificultou maior protagonismo dos nossos candidatos. Além da falta de preparação prévia do PCdoB de estrutura financeira e material para embates dessa magnitude, as precárias condições da candidatura majoritária, bem como os problemas de condução da mesma, não contribuíram para um desempenho melhor das candidaturas do Partido. Essa situação levou a um nível de investimentos nos candidatos muito aquém do necessário.

13 – O êxito do PCdoB nessa empreitada se dá principalmente devido a três fatores. Primeiro, unidade da direção e das fileiras partidárias em torno do projeto político. Segundo, uma direção determinada e concentrada no projeto, o que levou a um planejamento, orientação e acompanhamento das candidaturas; nesse sentido, jogou grande papel a realização regular do Fórum de Candidatos, do Fórum de Quadros para acompanhamento, as reuniões dos candidatos e suas coordenações. Nesse processo destaca-se o funcionamento regular do Comitê Municipal, da Comissão Política e do Secretariado. Terceiro, a militância comunista consciente e determinada que, nesse processo, conseguiu agregar as pessoas pelas pela mensagem do PCdoB transmitida nas propostas dos nossos candidatos.

Tarefas

1 – Preparar o projeto político e eleitoral do PCdoB para 2014, em sintonia com as Direções Estadual e Nacional, de maneira a ampliar a votação do Partido na Capital para a Câmara Federal e ALMG, acumulando força para viabilizar o lançamento de uma possível candidatura própria à disputa majoritária de 2016.

2 – Realizar, em conjunto com os vereadores eleitos e respectivas equipes, o planejamento dos mandatos em sintonia com o projeto político e de estruturação partidária, reforçando as áreas prioritárias de atuação de cada mandato;

3 – Acompanhar e orientar a bancada do PCdoB na eleição da mesa diretora da Câmara Municipal tendo como diretriz o diálogo com todas as forças que pretendem disputar tendo como foco a renovação e o resgate da imagem do Legislativo Municipal. Nesse sentido, faz-se necessário isolar os setores conservadores;

4 – Preparar uma agenda de debates para o primeiro semestre de 2013 sobre os grandes temas da cidade. Tal iniciativa tem como objetivo subsidiar o PCdoB na elaboração de um novo PROJETO POLÍTICO para Belo Horizonte, envolvendo o conjunto do Partido, mandatos, movimentos sociais, entidades e personalidades políticas e acadêmicas. A Comissão Política deve indicar uma comissão que auxiliará a mesma na elaboração dessa agenda.

5 – Iniciar, de imediato, um processo de reestruturação material do Partido em BH, visando a superação desse entrave e proporcionando melhores condições de disputa na cidade;

6 – Realizar um diagnóstico dos Movimentos Sociais em Belo Horizonte e apresentar uma agenda com o intuito de construir um instrumento político de articulação dos Movimentos Sociais e Populares de Belo Horizonte. Articular imediatamente o Fórum de Movimentos Sociais do PCdoB-BH. Aprofundar o relacionamento e a presença do Partido nos Movimentos Sociais. Desenvolver ampla campanha de filiação nos movimentos comunitários, de mulheres, juventude e sindical;

7 – Iniciar o processo de envolvimento das lideranças que participaram da chapa do PCdoB na vida orgânica do Partido. Elaborar individualmente com cada um plano de filiação, organização e formação partidária em suas respectivas bases de atuação;

8 – Retomar agenda do CPS, tornando esses cursos mais periódicos e regulares. Agendar, no mínimo, um Curso do Programa Socialista em cada regional de Belo Horizonte com objetivo de incorporar todos os ex-candidatos e suas bases no processo de formação partidária. Estruturar equipe de quadros com formação pedagógica para conduzir o processo de formação em BH, bem como viabilizar estrutura para viabilizar os cursos;

9 – Preparar cursos 1 e 2 do nível 1 em Belo Horizonte no primeiro semestre de 2013, voltados prioritariamente para vereadores e assessores, bem como ex-candidatos a vereador e coordenadores de campanha.

Belo Horizonte, 08 de dezembro de 2012.
Comitê Municipal do PCdoB Belo Horizonte