Síria não prepara uso de armas químicas, diz EUA

Serviço de inteligência norte-americano não detectou nenhum movimento diferente nos últimos dias, mas o secretário de Defesa dos EA, Leon Panetta, não descarta preocupação.

Leon Panetta

O governo sírio não deu indícios de estar preparando armas químicas para utilizar contra a população do próprio país, declarou nesta terça-feira (11) o Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta. Essa foi a conclusão das investigações do serviço de inteligência norte-americano que não detectou nenhum movimento diferente nos últimos dias.

Durante a semana passada, autoridades de diversos países, incluindo da Casa Branca, realizaram comunicados alertando o presidente Bashar al Assad para as consequências caso ele ordenasse o uso do armamento na batalha contra os grupos opositores, que tomou conta do país há 20 meses. As declarações eram baseadas em descobertas de oficiais dos EUA que apontaram indícios da presença de gás venenoso nas mãos do regime sírio.

“Eu não vou especular nem comentar sobre as possíveis decorrências, mas eu acredito que é justo dizer que, com o uso dessas armas, eles vão cruzar a linha vermelha”, disse Panetta na quinta-feira passada (6). “As informações que temos levantam sérias preocupações de que isso (o uso das armas químicas) está sendo considerado”.

Em entrevista antes de embarcar para o Kuwait, o secretário de Defesa afirmou que a situação se estabilizou na Síria, mas reiterou suas preocupações. “Nós não vimos nada de novo indicando eventuais medidas agressivas para avançar nesse caminho”, disse ele. “Eu quero acreditar que ele (Assad) entendeu a mensagem. Nós deixamos bem claro e outros também”.

Panetta afirmou, no entanto, que o regime sírio pode considerar o uso das armas químicas se a oposição continuar a vencer nas batalhas ao redor do país. “Nossa preocupação é eles sentirem que o governo está prestes a colapsar e podem recorrer a esse tipo de material bélico”, explicou ele.

As autoridades sírias descartaram todas as acusações dos líderes europeus e norte-americanos como “pretextos para intervenção militar” no país. “A Síria afirma novamente, pela décima, pela centésima vez, que se tivessemos essas armas, elas não seriam usadas contra nossa população. Nós não iríamos cometer suicídio”, disse o vice-chanceler de Assad, Faisal Maqdad.

Fonte: Opera Mundi