Projeto Linha Viva volta a ser discutido em Salvador

Para ampliar a discussão sobre o polêmico projeto Linha Viva para o âmbito estadual, a deputada Maria Del Carmem convocou audiência pública sobre o tema para esta quinta-feira (13/12), na Assembleia Legislativa. Na oportunidade, os presentes aproveitaram para denunciar os problemas, assim como tem feito a vereadora Aladilce em suas discussões acerca do assunto. Embora convidada, a prefeitura não enviou representante para o debate.

De acordo com o líder comunitário Kilson Cajaverde, que esteve representando a população e o PCdoB na discussão, o coordenador geral do Linha Viva, Francisco Moreno Neto, apenas apresentou o projeto e tratou da parte de engenharia. “Ele disse que não lhe cabia avaliar ou dar explicações. Que estava ali apenas para falar da parte prática”.

Ao longo da discussão, a população reforçou o coro da opinião que a Linha Viva mata, destrói e custa caro, pois tem grande impacto ambiental para a cidade. Um exemplo é a professora da Faculdade de Arquitetura da UFBA, Ana Fernandes, que defendeu a necessidade de investir no transporte público para beneficiar toda a população, não apenas um segmento. É preciso investir para oferecer um transporte coletivo de qualidade para Salvador. De acordo com o projeto, a previsão de gasto com a via, que vai ter 17 praças de pedágio, é de R$ 1,5 bilhão.

Para a vereadora Aladilce, que trabalhou para suspender as audiências convocadas pela prefeitura para empurrar o Linha Viva à força na população, sem discussão e sem o aval do Conselho da Cidade, ainda há muito o que debater sobre o assunto, devido aos danos que vai causar. De acordo com informações, somente no bairro da Saramandaia, 600 famílias serão desabrigadas, o equivalente a mais ou menos 3 mil pessoas.

Para João Pereira, da FABS, a iniciativa da deputada estadual foi positiva. Pois serviu para ampliar a análise acerca dos danos e denunciar o desrespeito da prefeitura com a sociedade. “A proposta foi de uma análise crítica”.

De Salvador,
Maiana Brito