Quase metade dos detentos do DF são jovens e analfabetos

Quase metade dos presidiários do Distrito Federal não sabem ler e escrever.

É o que apontou levantamento realizado pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF) divulgado ontem. Dos 1.062 presos entrevistados em junho deste ano, 384, ou seja, 36%, eram jovens com idade entre 18 e 24 anos.
Segundo os pesquisadores, os dados mostram que a falta de instrução e de perspectivas no mercado de trabalho ajudam os indivíduos a entrarem para a marginalidade. De todos os detentos entrevistados, apenas sete tinham curso superior completo e só um possuía mestrado. Outros 118 não declaram escolaridade. O estudo também apontou que apenas oito detentos têm mais de 60 anos de idade.

A OAB-DF constatou ainda que o efetivo de agentes nas delegacias de polícia do DF não é suficiente para combater o crime dentro da área de abrangência.

A situação mais crítica, de acordo com o levantamento, é na 8ª Delegacia de Polícia, no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), onde a estrutura física é improvisada.

A pesquisa, chamada de "Relatório de Conclusão de Vistorias nas Delegacias e Presídios no DF", foi entregue ao subsecretário do Sistema Penitenciário do DF, Cláudio de Moura Magalhães.

A Defensoria Pública do Distrito Federal realizou ontem um mutirão no presídio feminino, no Setor de Chácaras do Gama, para analisar a situação de 346 detentas que cumprem prisão provisória.

A ideia do mutirão é orientar as presas nos processos que correm contra elas na Justiça antes do recesso para que elas possam passar o fim de ano com a família, caso tenham condições de estar em liberdade.

De acordo com a defensoria, 738 mulheres estão detidas no presídio, sendo que 80% delas cumprem pena por tráfico de drogas.