Reconhecimento da Palestina é viragem histórica, diz Abbas

O reconhecimento da Palestina como Estado observador na ONU é um ponto de viragem histórico, e anula a reclamação de Israel de que o país árabe é território em disputa, afirmou neste sábado (22) o presidente Mahmud Abbas.

"É uma conquista histórica porque a terra palestina se tornou propriedade de um Estado sob ocupação", disse o mandatário da Autoridade Nacional Palestina (ANP) na quinta sessão do Conselho Consultivo de Al Fatah, seu grupo político, que se realiza em Ramala.

Segundo Abbas, a ANP insistiu em apresentar sua moção na ONU "apesar de grandes pressões internacionais", em clara alusão às ameaças do governo israelense, que ameaçou com represálias, e o boicote do governo dos Estados Unidos.

"Nossa motivação principal foi proteger os direitos nacionais palestinos e salvar o processo de paz, baseado no princípio de dois Estados, dos planos israelenses para frustrá-lo", acrescentou Abbas.

Ele sublinhou que a construção de assentamentos paramilitares israelenses "é ilegal, algo completamente rechaçado" e revelou que os planos para ocupar a região chamada E1 na Cisjordânia "são uma linha vermelha que não permitiremos (aos israelenses ultrapassar) para o que estamos mantendo contatos em todos os níveis".

Por outro lado, desqualificou versões sobre a formação de uma confederação com a Jordânia: "Estamos concentrados agora em conseguir a completa independência e a soberania do Estado palestino nas fronteiras anteriores à guerra de junho de 1967, tendo Jerusalém oriental como capital".

Quanto ao processo de reconciliação com o Hamas, considerou que esse agrupamento deve permitir o trabalho da Comissão Central Eleitoral na Faixa de Gaza para preparar as eleições presidenciais e ao Conselho Nacional Palestino e que estão em curso contatos em Doha, capital do Catar, e no Cairo, Egito.

A ANP e o Hamas concordaram em retomar o processo de reconciliação durante o apogeu dos ataques israelenses contra a Faixa de Gaza em novembro último.

Prensa Latina