ANP quer processar Israel pela prisão de 900 crianças palestinas
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) está analisando a possibilidade de ajuizar uma ação no Tribunal Penal Internacional contra Israel por este país ter prendido 900 crianças palestinas em 2012, como informa a agência árabe Al-Arabiya.
Publicado 28/12/2012 10:13
A ANP se aproveitaria do seu recém-aprovado status de Estado-Observador na ONU para acionar Israel no tribunal internacional, disse à Al-Arabiya Eissa Karakea, ministro palestino para a questão de prisioneiros. "Nós precisamos usar o nosso novo status de Estado para tomar medidas contra Israel por seus crimes, especialmente prender, deter e abusar de crianças palestinas", disse Karakea, que acusa Israel de julgar menores em cortes militares.
O ministro afirmou que o novo status palestino lhe permite se unir a organizações internacionais de direitos humanos e, através delas, ajuizar ações contra o Estado judeu. "Israel está violando o Ato de Proteção a Crianças e todas as leis internacionais ao sujeitar crianças a experiências tão traumáticas. O ministro israelense de segurança disse que as crianças palestinas não têm imunidade".
Segundo Karakea, a comunidade internacional já é ciente dos crimes cometidos contra menores. "Diversas organizações de direitos humanos estão lançando campanhas e organizando conferências em solidariedade às crianças palestinas e estão divulgando testemunhos de vítimas. Mas não é suficiente, precisamos ir adiante", disse.
O Ministério de Assuntos dos Prisioneiros divulgou recentemente que o número de crianças palestinas detidas por autoridades israelenses subiu de 700, em 2011, para 900 em 2012. De acordo com o relatório, os menores são geralmente maltratados e espancados após serem presos até que admitam crimes que não cometeram ou dedurem conhecidos que cometeram crimes contra Israel.
O relatório também denuncia que as crianças são interrogadas por várias horas com as mãos e os pés amarrados e algumas vezes são vendadas, além de outros abusos.
Fonte: Terra