Escola Mapuche é incendiada no Chile 

Uma escola no Chile frequentada por crianças Mapuches foi incendiada na manhã desta quarta-feira (9) por homens encapuzados. O colégio, que está em período de férias escolares, fica na região de Araucanía. 

Incêndio escola Mapuche Chile

Os incêndios provocaram o reforço por parte do governo da presença policial na região, assim como a aplicação da Lei Antiterrorista, definida durante o governo militar de Augusto Pinochet, decisão apoiada pelos partidos governamentais, porém condenada por outros dirigentes políticos e representantes de organizações de direitos humanos.

Na última terça-feira (8), uma das organizações mapuche mais ativas na luta pela terra, a Coordenadora Arauco Malleco (CAM), declarou que a arremetida do Estado na Araucanía se aproveita de ações de vandalismo de certos grupos da região alheios à CAM.

De acordo com a organização, como resultado do incidente, todo o povo Mapuche está sendo demonizado e suas justas reivindicações estão sendo deslegitimadas com o objeto de isolá-los perante a opinião pública.

A CAM se posiciona contra o atentado e assegura que essas ações só servem aos interesses de empresários e do governo que defende seus interesses.

O comunicado sustenta a tese de "infiltração da direita em alguns grupos próximos às comunidades Mapuches, através de operadores que poderiam estar instigando ações que sirvam de desculpa para reprimir e deter o avanço da reconstrução do Povo Mapuche e sua libertação nacional".

Representantes das comunidades indígenas convocaram para o próximo dia 16 uma Cúpula Mapuche na cidade de Temuco, para a qual esperam a assistência de funcionários públicos do Estado e delegados da sociedade civil.

O objetivo é estabelecer um diálogo com as autoridades e reduzir a tensão na região, depois da série de incêndios e o reforço da presença policial.

Com Prensa Latina