Governo chileno não confirma participação em Cúpula Mapuche
A porta-voz do governo do Chile, Cecilia Pérez assegurou, nesta quinta-feira (10), que o governo não decidiu se participará na Cúpula Mapuche que ocorrerá no próximo 16 de janeiro e que tomará medidas de segurança na zona da Araucania, após ataques incendiários registrados na última semana.
Publicado 10/01/2013 15:19
Em declarações para a imprensa a porta-voz fez referencia a denominada Área de Desenvolvimento Indígena (ADI), criada pelo governo e que não foi levada em conta nos diálogos. "La Moneda tem vontade de dialogar, mas só com aqueles que respeitam a institucionalidade chilena", afirmou Cecilia.
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Os mapuches rechaçam a ADI, pois a consideram parte de uma estratégia governamental para ocultar os conflitos por causa da terra. O porta-voz de uma comunidade autónoma, Jorge Huenchullán, assegurou que “os mapuches não estamos lutando para que arrumem um camino e comecem uma série de assistencialismos para nossa gente(…) o problema para resolver é a devolução dos territórios originários, por isso a ADI não tem validade para nós”.
Conflito
Na Araucanía, a 670 quilômetros ao sul da capital, desde a década de 1990 o denominado conflito mapuche enfreta a principal etnia do país com agricultores e empresários pela propriedade de terras que consideram ancestrais.
A tensão aumentou há algumas semanas quando empresários e latifundiários da zona acusaram de inatividade ao governo e a justiça e ameaçaram com “sair à caça” contra os mapuches; o que gerou sucessivos atos violentos que gerou duas mortes.
Diante da situação, os indígenas convocaram uma cúpula e convidaram o presidente Sebastián Piñera, cujo governo insiste em colocar “ordem” aplicando a Lei Antiterrorista, iniciativa rechaçada pelos mapuches, porque a consideram discriminatória e agressiva com os indígenas.
Por sua vez, os empresários agrícolas começaram a fazer justiça com as próprias mãos se as autoridades não se responsabilizarem pelo duplo homicídio, pois asseguram que as medidas do governo são insuficientes para chegar a uma solução ao problema histórico dos Mapuches, a maior etnia do Chile.
Com TeleSur