Presidente colombiano admite referendo sobre acordos de paz

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse nesta quarta-feira (16) que eventuais acordos com as Farc-EP sobre o fim do conflito armado e de paz serão submetidos a um eventual referendo, mas descartou a possibilidade de uma Assembleia Constituinte.

"É muito possível que se possa encontrar uma fórmula para referendar popularmente qualquer acordo. Isso ainda está por ser discutido", comentou em um ato público em Ocaña, no departamento Norte de Santander, um dos cenários do conflito armado que já dura meio século.

O mandatário insistiu em deixar claro esse tema e ratificou que a representação do governo nas conversações que se desenvolvem em Havana, Cuba, não se levantará da mesa de diálogo até o final, embora segundo seu critério se devia manter uma maior discrição a respeito.

Ambas as partes retomaram na última segunda-feira (16) em Havana, Cuba, os debates sobre o primeiro tema da agenda: a problemática agrária desde um enfoque territorial que aborde seus múltiplos aspectos. Santos insiste em dizer que impulsionou durante seu mandato uma "reforma agrária nova e audaz".

Contudo, nos foros sobre o tema levados a cabo em novembro de 2012, convocado pela delegação da ONU na Colômbia e na Universidade Nacional, mais de mil organizações camponesas, sindicatos, partidos políticos e movimentos defensores dos direitos humanos apresentaram a necessidade de devolver a terra aos que a cultivam.

Também reclamaram a restituição da personalidade jurídica aos campesinos e o atendimento da reivindicação de seus direitos humanos fundamentais, assim como limitar a venda da terra a transnacionais estrangeiras dedicadas à exploração do petróleo e outros recursos de mineração, em detrimento do país.

As Farc-EP estão empenhadas no desenvolvimento com êxito dos diálogos de paz e consideram indispensável ouvir a opinião do povo e dos movimentos sociais. 

Prensa Latina