Agências denunciam bloqueio informativo da França no Mali

Cadeias e agências internacionais denunciam que as forças armadas da França impuseram um bloqueio informativo sobre as ações militares que são executados durante a sua intervenção no Mali, limitando o trabalho dos jornalistas e correspondentes que são enviados para cobrir a crescente guerra que está sendo travada neste país africano.

A cadeia de televisão iraniana Press TV informa que, desde 11 de janeiro, quando a França começou uma guerra sob o pretexto de deter o avanço de "insurgentes", Paris intensificou sua ofensiva terrestre e aérea, deixando registrar e difundir pouquíssimas imagens do conflito .

Por sua parte, o canal privado francês TF1 e outras redes de televisão da França enviaram várias equipes de jornalistas para Bamako, capital do Mali, mas "um apagão informativo sobre as imagens dos combates limitou todos os jornalistas da cidade."

Outras cadeias informativas afirmam que o governo da França fala da recuperação da cidade de Konna (centro), mas até agora não forneceu imagens para confirmar esta afirmação.

Enquanto isso, o canal "France 5" classifica como suspeito o fato de que, apesar dos "intensos combates em Diabaly, corpo a corpo segundo o exército invasor, não houve nenhuma baixa entre as forças francesas, mesmo quando falam da "capacidade e determinação dos rebeldes islâmicos".

"Poderíamos pensar que no terreno não se produziram tais combates 'corpo a corpo' e que, na realidade, as forças francesas estão enfrentando os rebeldes à distância, com mísseis e ataques aéreos", disse a emissora.

O meio de comunicação francês considera que o excesso de bombardeios é a razão da falta de imagens. "Deve ser pouco edificante para a opinião pública as imagens de casas de adobe e veículos com corpos carbonizados", afirmou o canal.

Além disso, esses meios de comunicação internacionais indicam que a abundância de recursos naturais em Mali, incluindo reservas de ouro e urânio, "poderia ser uma razão por trás da guerra francesa."

As agências também destacam a fraqueza do exército malinês, tomando em conta que o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, anunciou dias atrás que o número de tropas francesas no país Africano poderia ultrapassar o número previsto inicialmente dois mil 500.

O ministro salientou, no domingo, que o objetivo de Paris "é a total reconquista do Mali (…) Nós não vamos deixar bolsões de resistência."

Após oito dias de ofensiva militar, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) disse que o número de pessoas deslocadas pela violência no país africano poderia ultrapassar 700 mil pessoas. Países como os Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha, Bélgica, Alemanha e Dinamarca, e até mesmo a Comunidade Econóômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), deixaram claro que, apesar disso, apoiam a guerra da França contra o Mali.

Fonte: Telesur