Em meio a divergências, recomeça diálogo de paz sobre a Colômbia
O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) voltam nesta segunda (4) à mesa de conversações após um breve recesso, no meio de controvérsias sobre vários temas.
Publicado 04/02/2013 09:18
As partes estão no quarto ciclo do diálogo de paz, que começou em Havana no dia 19 de novembro de 2012, com o formato de três dias de conversas e um de recesso, e o tema da terra é central para acabar com décadas de conflito no país.
Nos últimos dias, os interlocutores expressaram em público suas diferenças e fizeram acusações mútuas, que geram certa preocupação em setores de colombianos que esperam o fim de uma guerra que deixou milhares de mortos e milhões de desalojados.
As Farc-EP acusaram neste sábado o ex-presidente Álvaro Uribe de cometer crimes de lesa-humanidade e de tentar afetar a busca da paz, critérios recusados pelo governo.
Por sua vez, o Executivo atribui à guerrilha o sequestro de policiais, enquanto que a insurgência adverte que são pessoas presas em combate.
Uma das polêmicas permanentes em torno do processo de paz, com o qual tanto as Farc-EP como o governo garantem que continuam comprometidos, é a questão da beligerância, que o governo se nega a reconhecer à guerrilha, marginalizando assim a aplicação do conceito de prisioneiros de guerra.
Outro ponto de diferença é o cessar-fogo, porque as Farc-EP defendem um cessar-fogo bilateral para acelerar o diálogo, possibilidade negada pela administração do presidente Juan Manuel Santos com o argumento de que esse seria o fim do caminho.
No meio deste complexo cenário, continuam as conversas no Palácio de Convenções de Havana, para onde vão jornalistas e fotógrafos cubanos e estrangeiros para acompanhar as conversas.
Além do tema agrário, a agenda de comum acordo entre as partes para o diálogo inclui: a participação política, o fim do conflito, o problema do narcotráfico, a atenção às vítimas e os mecanismos de referendo e verificação dos acordos que saírem da mesa.
Fonte: Prensa Latina