França e EUA abordam intervenção militar no Mali

A intervenção militar francesa no Mali será um dos principais temas da reunião desta segunda (4) no Palácio do Eliseu entre o presidente François Hollande e o vice-presidente estadunidense, Joe Biden. 

A França iniciou no passado dia 11 de janeiro a chamada Operação Serval, anunciada com o propósito de combater grupos extremistas no norte de sua antiga colônia, para onde já mobilizou 3,5 mil efetivos, sem descartar que a cifra possa aumentar a 4,5 mil.

Washington se envolveu com a intervenção ao enviar aviões militares para o translado de tropas e recursos militares e também ao colaborar com Paris em temas de inteligência e intercâmbio de informação recolhida por seus drones (aviões teleguiados) e satélites.

Biden, que chegou a Paris depois de ter participado em Munique de uma conferência de segurança, parabenizou a França pela operação em Mali, questionada por alguns políticos e analistas acerca dos verdadeiros objetivos do país europeu em sua antiga colônia africana.

Ainda que o governo afirme que o objetivo da operação é conseguir a integridade territorial e eliminar os grupos armados, o ex-candidato presidencial e co-presidente do Partido de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon, por exemplo, opina que a França está no Mali para proteger seus interesses econômicos, especificamente o urânio para suas centrais nucleares.

Stéphane Lhome, diretor do Observatório da Energia Nuclear, acrescentou que a intervenção tem como principal propósito evitar a chegada do conflito ao Níger, origem de um terço do urânio que abastece as plantas nucleares francesas.

Este fim de semana, aviões franceses bombardearam regiões do norte do país africano próximas à fronteira com a Argélia.

Os ataques aéreos nas proximidades de Kidal e na região de Tesalit ocorreram pouco depois da visita relâmpago realizada pelo presidente Hollande a esse território.

"Hollande volta a Paris, a aviação francesa retoma seus ataques", publicou em sua página digital o jornal Libération.

O presidente informou que a "França não terminou sua missão no Mali" e que suas tropas permanecerão ali por tempo indeterminado.

Fonte: Prensa Latina