CPI que investiga tráfico de pessoas chega a Salvador
Deputados federais da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o tráfico de pessoas chegam a Salvador nesta quinta-feira (21/02) para ouvir o casal Denílson Costa Pereira Reis e Elizânia dos Santos Evangelista Reis. Os dois foram presos em Salvador pela Operação Planeta da Polícia Federal, em 30 de janeiro, acusados de aliciar jovens baianas para trabalhar na Espanha.
Publicado 20/02/2013 15:41 | Editado 04/03/2020 16:17
A oitiva é uma das atividades para a agenda de dois dias que a CPI cumpre na Bahia. Denílson e Elizânia serão ouvidos pela comissão durante reunião reservada na tarde de quinta-feira. Além da oferta de emprego, as mulheres recebiam passagem aérea e dinheiro para despesas pessoais. O casal de aliciadores trabalhava para o espanhol Bermudez Motos, conhecido como cigano. Ele é dono de uma casa de prostituição em Salamanca, na Espanha.
Segundo a Polícia Federal, ao chegar ao território espanhol, as mulheres eram surpreendidas e submetidas à situação degradante de moradia e trabalho. Elas também eram informadas de que a dívida pelas despesas seria cinco vezes maior.
Caso Monte Santo
Na manhã desta quinta-feira, a CPI fará audiência pública na sede da Procuradoria Geral de Justiça da Bahia, onde será tomado o depoimento de Carmen Topschall, que é investigada no episódio das adoções irregulares registradas no município baiano de Monte Santo. Ela é acusada de intermediar a transferência de crianças para o Sudeste do país.
Na sexta-feira (22), membros da comissão parlamentar irão até Monte Santo, onde realizarão reunião aberta para debater o caso. Na cidade, a CPI ouvirá relato dos pais das cinco crianças que foram retiradas do seu lar por ordem do juiz Vítor Bizerra. As crianças, cuja guarda provisória foi dada a casais de São Paulo, já retornaram à família biológica.
Em sentença publicada na última segunda-feira (18), o juiz Luiz Roberto Cappio julgou improcedentes os pedidos de perda da guarda da lavradora baiana Silvânia da Silva e os pedidos de adoção. Além disso, o juiz determinou que as famílias paulistas paguem multa de R$ 3,6 mil por agir de má-fé, indenização por danos morais (cujo valor ainda será definido) e honorários de advogado dos pais biológicos (R$ 36 mil).
As audiências públicas terão ainda a presença de delegados federais, promotores de justiça, especialistas no estudo sobre tráfico de pessoas, conselheiros tutelares e representantes dos governos federal e estadual.
De Salvador,
Ana Emília Ribeiro
Com informações de Agências