Sem categoria

Socorro Gomes: a AL reforça a luta política e diz não à dominação

"A luta pela paz e pela solidariedade é uma bandeira extremamente atual e necessária", reafirmou Socorro Gomes, presidenta do Conselho Mundial da Paz (CMP), em entrevista à Rádio Vermelho, ao falar da conjuntura internacional e sobre o movimento de luta pela paz no mundo.

Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo

Na oportunidade, Socorro também falou sobre a primeira reunião de 2013 do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz). Segundo ela, foi uma reunião de avaliação da conjuntura nacional e internacional, que procurou refletir sobre o preocupante aumento da agressividade contras as nações e seus povos. "Podemos exemplificar essa contínua agressividade lembrando os ataques à nação síria, o aumento das pressões contra o Irã e as provocações na Península Coreana", rememorou a dirigente.

Ouça também:
América Latina: o povo em movimento por justiça social

Socorro, que também é presidenta do Cebrapaz, argumentou que outro fator que preocupa muito é o aprofundamento da crise sistêmica na Europa. “O Cebrapaz avalia que com um quadro de crise aumentam as ameaças, os riscos de guerras e de aventuras bélicas. Além do que, esse ambiente de crise amplia os ataques aos direitos dos trabalhadores, seja com perdas de conquistas, seja com o avanço da precarização no setor e a elevação do índice de desemprego”, avaliou.

Durante a entrevista, Socorro informou que o Cebrapaz e o Conselho Mundial da Paz estão atentos e vão intensificar a mobilização em 2013 e continuarão na linha de frente da luta pela paz e soberania dos povos e contra o imperialismo.

Frente de luta

A presidenta do Cebrapaz avaliou que nos últimos anos é possível observar fatos de grande esperança que reconfiguram o cenário e colocam em xeque paradigmas que já não respondem aos dilemas as sociedade.

“Observamos fatores de grande esperança. A resistência está forte. Basta observar o florescimento ou fortalecimento dos mecanismos de integração regional que vigem na América Latina. Há uma presença forte dos movimentos sociais, que se posicionam e colocam sua agenda na ordem do dia. Ou seja, com uma agenda social forte, a América Latina dá um salto na luta política e diz não à dominação”, refletiu a dirigente.

Como exemplo dessa mudança, Socorro citou a eleição de  Cuba para presidir a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), o que, segundo ela, se configura como um fator de alto valor para os amigos de Cuba. "A América Latina vive momentos memoráveis. Os processos políticos e sociais em curso na região são exemplos vivos disso".

Um novo paradigma

Socorro falou também da postura que a América Latina assume frente às demais nações no mundo e destaca a nocividade da crise econômica para a Europa e a ineficiência do modelo político e econômico adotado naquele continente.

“Observamos a Europa patinar com essa crise. E não há saída com esse o modelo adotado lá, porque se trata de um modelo deletério, destruidor de direitos”. Segundo ela, a América Latina vem buscando e construindo outro caminho. 

“A América Latina tem avançado em outro rumo, que busca a união das nações vizinhas, o fim das assimetrias, o fortalecimento da soberania. E é bom frisar que a América Latina quer integração, mas ela vai além dos aspectos econômicos, é uma integração que busca a autodeterminação dos povos. E essa postura abre caminho para um novo paradigma”, externou Socorro Gomes.

Agenda para 2013

A dirigente ainda sinalizou os próximos passos do Cebrapaz neste primeiro semestre de 2013. O primeiro é a realização da 21ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, que acontecerá de 6 a 8 de junho de 2013 em Foz do Iguaçu-PR. O evento está sendo convocado pela Associação Cultural José Martí-Paraná (ACJM-PR), pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz-Paraná (Cebrapaz-PR) e demais entidades e movimentos de solidariedade à ilha socialista.

Socorro informou que a 21ª Convenção busca ampliar e fortalecer os laços de solidariedade a Cuba, reforçar a luta contra o bloqueio criminoso que os Estados Unidos impõem àquele país, pela libertação do Cinco Patriotas e, também, pela retirada imediata da base militar norte-americana de Guantânamo.

Outro ponto apresentado como agenda de luta do Cebrapaz é o apoio aos diálogos de paz na Colômbia. Segundo a dirigente, “apoiar os diálogos na Colômbia torna-se um ponto fundamental para avançarmos no processo de paz em nosso continente”.

Acompanhe a íntegra da entrevista: