Governo do Iraque diz recusar-se a impor sanções contra o Irã 

O governo iraquiano antepôs nesta quinta-feira (28) as suas relações com o Irã a qualquer outro assunto ou benefício em comunicado da sua chancelaria, no qual se recusa a aplicar as sanções contra o seu vizinho do leste.  

O comunicado anuncia que não se alcançou acordo sobre o tema na reunião mantida entre oficiais iraquianos e o subsecretário do Tesouro estadunidense para o Terrorismo e Inteligência Financeira, David Cohen.

“Nossas relações econômicas com o Irã continuarão e não estamos em conflito pelas resoluções internacionais”, ressalta o comunicado do Iraque em alusão às sanções financeiras e diplomáticas aplicadas por Washington e seus aliados atlânticos à República Islâmica. O conflito tem base, supostamente, no programa de desenvolvimento nuclear iraniano, que tem fins pacíficos, conforme reiterou inúmeras vezes o presidente persa, Mahmud Ahmadinejad.

Bagdá e Teerã estreitaram as suas relações nos últimos meses através de visitas de oficiais de alto nível de ambas as partes, inclusive do ministro de Defesa persa, Ahmad Vahidi, na última metade de 2012.

Os Estados Unidos e as potências da União Europeia (UE) acusam o Irã de desenvolver armas nucleares, intenção desmentida por Teerã, cujos dirigentes recordam haver uma fatwa (decreto religioso) do líder supremo Ali Khamenei que proíbe a fabricação ou obtenção de dispositivos de destruição massiva.

A questão nuclear deu uma guinada a favor da distensão nesta semana, depois da reunião de delegações da República Islâmica e das potências do grupo P5+1 (composto pelos membros permanentes do Conselho de Segurança mais a Alemanha) no Cazaquistão; as partes concordaram em celebrar um encontro de alto nível em março, na Turquia, e outro entre negociadores-chefe no mês seguinte.

Israel, cujo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ameaçou inúmeras vezes que atacaria as instalações nucleares iranianas, reagiu com indignação ao anúncio de que as partes deram passos positivos durante o encontro, celebrado em Almaty, antiga capital do Cazaquistão.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da Redação do Vermelho