Cuba desmente declarações dos EUA sobre permissões de viagem 

A chancelaria cubana desmentiu declarações do governo dos Estados Unidos sobre a suposta impossibilidade de seus funcionários de sair de Havana, capital de Cuba, devido a “restrições de viagem recíprocas”, que obrigariam Washington a responder de maneira igual. 

A Seção de Interesses dos Estados Unidos (Sina) em Havana recebe invariavelmente permissões de viagem fora da capital para a visita a presos estadunidenses e cubanos naturalizados que cumprem sanção em qualquer lugar de Cuba, assegurou Josefina Vidal, diretora dos assuntos relacionados aos EUA na chancelaria.

De acordo com uma declaração do órgão de relações exteriores, nos últimos meses funcionários norte-americanos, inclusive o próprio chefe da Sina, puderam realizar acessos consulares nas províncias de Matanzas, Artemisa, Mayabeque, Ciego de Ávila e Camaguey, localizadas no ocidente e no centro da ilha cubana.

"Não sabemos de que reciprocidade se está falando, pois todas os pedidos de permissão para visitas consulares da Sina foram autorizados sem exceção", ressaltou a declaração.

Na última quarta-feira (27), o Ministério de Relações Exteriores de Cuba denunciou que Washington nega de maneira reiterada os acessos consulares a René González, um dos cinco antiterroristas condenados nos EUA.

Com base neste pronunciamento, um funcionário do Departamento de Estado admitiu o acionar à agência espanhola EFE, em condição de anonimato, e o atribuiu à alegação de que "os cubanos não nos deixam viajar para fora de Havana sem autorização prévia, por isso respondemos com a mesma restrição aqui".

Assinou ainda que René González pode viajar a Washington para reunir-se com os funcionários cubanos se os responsáveis pela sua liberdade condicional o permitirem.

Sobre isso, Vidal explicou que as autoridades norte-americanas negaram ao antiterrorista suas recentes solicitudes para sair da área onde cumpre sua sanção adicional, que o mantém injustamente separado de sua esposa. A diretiva da chancelaria cubana ratificou a denúncia pela impossibilidade de que, desde setembro de 2012, René receba visitas consulares, uma violação das obrigações dos Estados Unidos ante a Convenção de Viena sobre este particular.

O antiterrorista foi detido em 1998 com Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, Ramón Labañino e Fernando González por seu seguimento a grupos violentos que, desde Miami, organizam planos contra a ilha, como os que deixaram quase 3.400 mortos e mais de 2.000 feridos. Em outubro de 2011, depois de cumprir sua pena, René foi obrigado a permanecer nos EUA em liberdade condicional por três anos, o que ativistas defensores dos direitos humanos e juristas consideram um castigo adicional.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da Redação do Vermelho