Dono de empresas de ônibus ameaça governador Agnelo

Casa Militar já reforçou segurança. "Não vamos nos furtar de acionar a Polícia Civil e o Ministério Público para garantir a segurança física do governador e do vice-governador" destacou o coronel Rogério Leão.

O governo tem travado árduas batalhas contra as empresas que dominam há anos o sistema de transporte público, como Wagner Canhedo e Dalmo Amaral. Quando lançou a licitação para a troca dos mais de 3 mil ônibus do transporte público da capital do país, em maio último, o governador Agnelo Queiroz disse que estava preparado para uma verdadeira guerra.

A resposta das empresas foram pressões, ofensas e liminares. Quando tomou ciência da intervenção em suas empresas, Dalmo Amaral teria dito que tem "contas a ajustar" com Agnelo Queiroz e o vice,Tadeu Fillippelli. Por conta dessa ameaça, a segurança dos envolvidos na operação passou a ser reforçada, principalmente a do governador do Distrito Federal.

Homens também têm feito vigília para garantir a segurança do Secretário de Transportes, José Valter Vazques, do diretor do DFTrans, Marco Antônio Campanella, e o presidente da estatal de ônibus TCB, Carlos Alberto Koch desde o episódio.

O coronel Rogério Leão destacou que a equipe da Casa Militar "está atenta" ao episódio, e que a segurança de Agnelo Queiroz tem sido feita com mais rigor. "Os embates políticos são legítimos, mas situações criminosas como essa, de ameaçar autoridades, vão ser tratadas com o devido rigor. Ameaçar é crime. Não vamos nos furtar de acionar a Polícia Civil e o Ministério Público para garantir a segurança física do governador e do vice-governador", destacou.

Intervenção

A intervenção foi comemorada por alguns passageiros, que diziam não agüentar mais esperar nas paradas por ônibus que nunca vinham. Mas, ao mesmo tempo que a medida foi ovacionada, veio a cobrança por atitudes mais rígidas com relação às outras empresas.

O descontentamento com a Viplan, que detém cerca de 35% da frota atual, não é novo. A empresa tem pelo menos 730 ônibus com idade média de 15 anos, quase o dobro do que a lei permite.
Os coletivos quebrados se multiplicam pelas ruas todos os dias e Wagner Canhedo vem brigando na justiça, alegando que tem condições técnicas de participar da licitação.

O GDF conseguiu vencer a batalha em duas fases da concorrência pública. A empresa Pioneira vai operar a bacia 2, formada pelas cidades do Gama, Paranoá, Santa Maria, São Sebastião, Candangolândia, Lago Sul, Jardim Botânico, Itapoã e parte do Park Way. São 640 veículos no total.

A empresa São José foi habilitada para atuar na bacia 5 com 576 coletivos. Os veículos vão circular por Brazlândia, Ceilândia, SIA, SCIA, Vicente Pires e parte de Taguatinga.
Agora, a Secretaria de Transportes avalia as ofertas feitas por outras empresas para proclamar o resultado das bacias 1,3 e 4.

A expectativa é que os novos ônibus comecem a rodar até junho deste ano. A troca, quando efetivada, vai representar quase 100% da frota da capital do país, que tem funcionado desde sempre sem qualquer contrato ou licitação pública.