Rússia assume presidência do Conselho de Segurança da ONU 

A República Federativa da Rússia assume nesta sexta-feira (1) a presidência rotativa do Conselho de Segurança logo após lançar uma concepção atualizada de sua política externa, anunciada há duas semanas pelo presidente russo, Vladimir Putin. 

ONU

A partir desta sexta-feira, o representante permanente da Federação russa na ONU Vitaly Churkin dirige os trabalhos deste órgão de 15 membros, encarregado da paz e da segurança, em substituição da Coreia do Sul, que realizou essa tarefa em fevereiro. 

Em uma recente entrevista a um meio de comunicação de seu país, o experiente diplomata assegurou que, nesta função, empenhará esforços para fomentar o diálogo pacífico como via para uma solução do conflito na Síria.

“Nossa postura é muito simples: consideramos que a violência deve cessar, para o que há que se estabelecer um diálogo sem condições prévias. Esse é o ponto chave,” sublinhou.

O regresso da Rússia à frente do Conselho de Segurança (a vez anterior foi em dezembro de 2011) ocorre no calor da renovada linha de política exterior apresentada pelo Kremlin para o período 2013-2018 e que reafirma o pleno reconhecimento do papel central da ONU.

Sobre o assunto, Putin disse no passado 18 de fevereiro que seu país aposta por uma liderança coletiva em suas relações internacionais e reitera seu propósito integracionista dentro de mecanismos internacionais, como o Grupo dos 20 (G-20), os Brics (com Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e a Organização de Cooperação de Xangai, entre outros.

Para Moscou, a ONU deve seguir sendo o eixo regulador desses vínculos e da coordenação da política mundial no século 21, enquanto se avança em direção às reformas necessárias da organização. As modificações também devem ser dirigidas a elevar a efetividade do trabalho do Conselho de Segurança e a sua representatividade, incluída a ampliação do número de membros e a necessidade de que as decisões sejam adotadas sobre a base de um amplo consenso.

Não obstante, as mudanças em discussão não devem variar o atual status dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China) que ostentam o privilégio do veto, de acordo com a perspectiva moscovita.

A agenda desse órgão para março deve incluir os casos da Síria, da República Democrática do Congo e do Mali, três cenários sobre os quais se movem diversos interesses que promovem uma maior intervenção militar nos conflitos, ao amparo da ONU.

Por isso, a atualização da política exterior da Rússia rechaça a utilização da chamada Responsabilidade de Proteger como pretexto para lançar essas intervenções e outras ações contrárias ao direito internacional e ao princípio de igualdade soberana dos Estados.
 
Fonte: Prensa Latina
Tradução da Redação do Vermelho