Evo Morales condecora soldados presos no Chile

O governo boliviano condecorou nesta segunda-feira (4) com a medalha Marechal Andrés de Santa Cruz os três soldados presos no Chile quando realizavam tarefas de combate ao contrabando.

Evo Morales - Reuters

“Este é um justo reconhecimento ao sargento e seus soldados que combateram o contrabando”, assinalou o presidente boliviano, Evo Morales, durante um ato em La Paz. Ele destacou que hoje é um dia importante para a Bolívia, pois se reforçam os valores de amor e defesa da pátria.

Os soldados José Luis Fernández, Augusto Cárdenas e Alex Choque foram detidos por policiais do Chile no dia 25 de janeiro, na região de Tarapacá (norte da capital chilena), quando perseguiam contrabandistas de carros.

Estes jovens militares permaneceram detidos no cárcere chileno de Alto Hospicio, em Iquique, durante 32 dias, acusados de portar uma arma de fogo e de terem entrado sem autorização no território chileno.

"Os soldados, agora cabos, não cederam e não se dividiram, porque queriam dividí-los, e se entregaram a sua causa, pois acima de tudo está o orgulho pátrio", agregou Morales.

O presidente destacou a importância de defender a Bolívia, de manter os valores e princípios, assim como dignificar a pátria como fizeram os três soldados. Após 35 dias, na última sexta-feira (1), um tribunal chileno concedeu a liberdade aos militares com a única condição de não retornarem mais a esse país no prazo de um ano.

"Graças ao povo boliviano, aos movimentos sociais, às organizações internacionais, mas também ao povo chileno, artistas e partidos políticos que expressaram sua solidariedade aos soldados presos injustamente", expressou o presidente.

Saída para o mar

Morales lembrou ainda  que "há uma ferida pendente desde 1879", em referência à guerra do Pacífico, na qual a Bolívia perdeu para o Chile 120 mil quilômetros quadrados e 400 quilômetros de costa.

Em 1904, ambos países assinaram um tratado que fixou a fronteira e desde então os bolivianos reclamam uma saída soberana ao mar.

"Alguns setores chilenos tentavam se vingar com os soldados devido às nossas reivindicações sobre esse assunto, mas não puderam e depois de mais de 30 dias conseguimos que fossem libertos", dimensionou o chefe de Estado.

Destacou a importância de que os bolivianos estejam unidos para além de suas ideologias e culturas, quando se trata do retorno do país ao Oceano Pacífico com soberania. "Por isso pensamos na soberania econômica, social e na dignidade do povo boliviano, esta batalha continuará não, importa quem seja nosso presidente", sentenciou Morales.

Fonte: Prensa Latina