Árabes do Mali acusam a França de apoiar tuaregues no conflito 

Um movimento civil de Azawad, no norte do Mali, acusou a França, nesta segunda-feira (4), de aliar-se com os tuaregues contra a população árabe, e afirmou que isso vai contra a sua responsabilidade no Conselho de Segurança. 

Tropas francesas e africanas no Mali - RFI press

Segundo o Movimento Árabe do Azawad (MAA), as forças francesas mostram ambiguidade no trato com os árabes e com os tuaregues, disse à imprensa o secretário geral do movimento, Ahmed Uld Sidi Mohamed.

Ele indicou que essas tropas estrangeiras realizaram ataques aéreos contra veículos e homens armados do MAA durante os combates na cidade de Jalil, perto da fronteira com a Argélia.

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“Queremos expressar à Mauritânia e à Argélia a extrema gravidade desta aliança entre França e o Movimento Nacional de Liberação do Azawad (MNLA), e os perigos que poderiam acarretar à população da região,” disse Mohamed.

Também acusou ao MNLA de agredir diretamente a população árabe em Jalil com o “saqueio sistemático de seus bens.”

Os meios de comunicação difundiram essas declarações coincidentemente com a queda do apoio da população francesa à intervenção militar do seu país no Mali, que em um mês passou de 73 para 60%, segundo publicou nesta quarta a página Atlantico.fr

Essa enquete foi elaborada pelo Instituto Demoscópico Ifop, entre os passados 27 de fevereiro e 1 de março, ou seja, antes de a França confirmar a morte, neste domingo (3), de um paraquedista no norte do Mali.

Ainda, em Paris o exército informou nesta segunda que ainda está confirmando as mortes dos chefes guerrilheiros Mojtar Belmojtar e Abdelhamid Abu Zeid na ofensiva no norte de malinês.

O almirante Edouard Guillaud, chefe de Estado Maior, em declarações à rádio Europe 1 qualificou de “fatos prováveis” as supostas mortes, ao menos no caso de Abu Zeid.

Guillaud disse ser extremamente cauteloso no que diz respeito a Belmojtar, porque várias páginas da internet dizem que ele continua vivo.

Por outro lado, o presidente mauritano, Mohamed uld Abdel Aziz, assegurou nesta segunda que o seu país desempenha um papel importante não conflito do Mali, porque "ajuda a arrinconar os terroristas no norte (deste Estado) e permite às unidades combatentes liquidá-los em seus esconderijos".

Em uma coletiva de imprensa conjunta com o mandatário do Níger, Issoufou Mahamadou, de visita a Mauritânia, o anfitrião disse que este país não interveio nas operações em território malinês, porque não estava bem preparado para isso.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da Redação do Vermelho