Biden e Netanyahu ajustam o tom para a visita de Obama a Israel

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, insistiu na segunda-feira (4) que o presidente Barack Obama não estava blefando quando disse que poderia usar a força militar para demover o Irã do seu projeto de energia nuclear, enquanto o premiê israelense, Benjamin Netanyahu também defendia uma "ameaça militar crível" contra Teerã.

Procurando abrir caminho para a visita de Obama a Israel, Biden disse que todas as opções contra o Irã estão na mesa. Ao mesmo tempo, em uma transmissão ao vivo para o maior lobby judeus nos Estados Unidos, Netanyahu expunha sua irritação com a estratégia dos EUA frente ao Irã.

Apesar da retórica agressiva, o premiê não demonstrou que Israel esteja pronto para agir militarmente, enquanto outras potências ocidentais estão engajadas com o Irã em novas negociações.

O governo de Israel pressiona a administração Obama para que estabeleça limites para o programa nuclear iraniano, instando os EUA para que adotem uma resposta militar para o caso do Irã ultrapassar os tais limites. Segundo Israel, o Irã "ganha tempo" quando senta à mesa para negociar com os EUA e seus satélites.

Biden, por sua vez, pediu cautela para que uma ação militar não resulte na perda de apoio internacional contra o Irã. Ele disse acreditar que haja uma saída diplomática para o caso, embora tenha advertido que "a janela está se fechando".

Obama visitará Israel a partir de 25 de março, início do feriado judaico da páscoa.

O premiê Netanyahu insiste em afirmar que o Irã está prestes a cruzar a linha vermelha que Israel traçou em setembro do ano passado no discurso do país diante da Assembleia das Nações Unidas.

Apesar do tom de ameaça usado na reunião da organização judaico-americana, a AIPAC, Netanyahu não chegou a proferir nenhuma ameaça militar explícita contra Teerã.

Para analistas políticos locais, o modo como a administração de Netanyahu reage ao Irã depende da situação política de Israel, que ainda está indefinida após as eleições de janeiro, que forçaram o governo a tratar de procurar formar uma nova coalizão.

No Cazaquistão, os Estados Unidos e outras cinco potências queriam trocar algumas sanções menores contra o Irã por um compromisso do país em abandonar o trabalho mais sensível na questão nuclear. Não houve acordo, mas os dois lados concordoram em prosseguir o diálogo em abril.

Com informações do Daily China