Camponesas fazem acampamento em Brasília por reforma agrária

Na madrugada desta terça feira (5), cerca de 700 mulheres camponesas montaram um acampamento sem terra em Brasília, na área ao lado do Incra. A atividade faz parte da Jornada de Lutas das Mulheres da Via Campesina que ocorre anualmente no mês de março e tem como objetivo principal pressionar o governo federal para realização da reforma agrária.

Camponesas fazem acampamento em Brasília por reforma agrária - MST

Segundo Rosana Fernandes, da coordenação nacional do MST, “o objetivo principal do acampamento é pressionar o governo para que assente as 90 mil famílias acampadas no país”, afirma.

Como alternativa ao modelo de agronegócio, a Jornada defende o modelo de agricultura baseado na produção agroecológica e na defesa da nossa soberania alimentar. Segundo o MST, o atual momento político bloqueia a realização da reforma agrária que é chave para a porta do desenvolvimento de uma agricultura saudável e agroecológica. Atualmente 30% dos alimentos consumidos pelos brasileiros são impróprios para o consumo somente por conta da contaminação por agrotóxicos.

A produção de alimentos saudáveis e a soberania alimentar é uma pauta defendida pelas camponesas. “Esta é uma pauta que pretendemos manter presente em nossa jornada de luta e o acampamento que permanece em Brasília, por tempo indeterminado, deve dialogá-la inclusive com a sociedade”, ressalta Rosana.

O acampamento não será apenas um espaço de pressão e reivindicação ao governo. De acordo com Rosana, “além da pressão e negociação com o governo, queremos aproveitar a realização do acampamento nacional para dialogar com a sociedade. Mostrar a ela que defendemos o modelo de agricultura agroecológica e por que o defendemos. Queremos também fazer um processo de formação com a militância que estará permanentemente neste acampamento”, comenta.

O acampamento que acontece por tempo indeterminado conta com aproximadamente 700 pessoas e a pretensão é concluir a jornada desta semana com pelo menos duas mil pessoas no local do acampamento.

Da Redação em Brasília
Com informações do MST