UBM emite nota repudiando indicação de Feliciano para CDHM

O receio de boa parte da população brasileira se confirmou: o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados. A escolha aconteceu na manhã desta quinta-feira (07/03), em reunião fechada.

Marco Feliciano foi eleito com 11 votos. Dos 25 integrantes do colegiado, apenas 12 votaram, sendo que um dos votos foi em branco. Seis dos 12 votantes são do partido de Feliciano (PSC) e boa parte do restante tem ligações com movimentos evangélicos.

Os deputados federais contrários à eleição de Feliciano realizarão uma reunião na terça-feira (12/03) para decidir que medidas eles irão adotar sobre a questão. Eles cogitam formar uma comissão paralela de Direitos Humanos.

UBM repudia indicação

Em nota, a União Brasileira de Mulheres (UBM) repudiou a indicação de Marco Feliciano para a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Abaixo, o comunicado na integra.

“UBM REPUDIA A INDICAÇÃO DE MARCO FELICIANO PARA PRESIDIR CDHM

A UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES – UBM, manifesta sua profunda preocupação diante da possibilidade da eleição do Pastor Marco Feliciano para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM).

As manifestações públicas do Deputado contra os direitos arduamente conquistados pelos movimentos sociais, das mulheres, negros, homossexuais recebem o repúdio destes movimentos, por caracterizarem-se como totalmente destoantes dos princípios e eixos dos Direitos Humanos, ou seja, de direitos inalienáveis, como a luta contra o preconceito, contra o racismo, contra a homofobia e a misoginia.

É preciso que esta Comissão eleja representantes abertos ao diálogo com a sociedade civil organizada, que represente os valores dos Direitos Humanos.

É necessário que a CDHM, seja um espaço de diálogo e participação, em que os diversos movimentos e pensamentos possam manifestar-se com respeito aos direitos sexuais e direitos reprodutivos, à liberdade religiosa, à pluralidade cultural, à igualdade racial, aos direitos das pessoas LGBTs e ao direito à memória e à verdade.

COORDENAÇÃO NACIONAL DA UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES E SUAS COORDENAÇÕES ESTADUAIS DAS 27 UNIDADES DA FEDERAÇÃO.”

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro