Prioridade para tratamento de menores e drogados
Dentro de 60 dias, aproximadamente, serão inauguradas as novas unidades de atendimento e tratamento de dependentes químicos.
Publicado 11/03/2013 10:00 | Editado 04/03/2020 16:40
Os quatro Centros de Atenção Psicossocial a Álcool e Drogas (Caps AD) serão instalados na Asa Norte, Taguatinga, Ceilândia e Samambaia e se juntarão às instalações 24h já implementadas. O único Caps AD tipo III (24h) em funcionamento no DF atualmente é a unidade da Rodoviária, que funciona no Touring Club. A inauguração ainda depende de questões de logística, segundo a Secretaria de Saúde.
As unidades atenderão usuários de drogas, com atenção especial para álcool e crack. Os centros vão oferecer, além do tratamento médico, atividades como terapia de grupo, oficinas de musicalização, artesanato e dança, para ajudar na recuperação dos pacientes.
Segundo a diretora do Caps AD Rodoviária, Maria Garrido, esse tipo de ação ajuda também no diagnóstico feito pelos profissionais. “Enquanto observamos o paciente jogando dominó e fazemos passeios em pontos turísticos, vamos anotando alguns fatores. Avaliamos a capacidade cognitiva , memória, percepção, entre outros. Isso também influencia no tratamento”, explicou Garrido.
Voluntária
Não existe ainda um levantamento sobre o perfil de quem procura o CAPS da Rodoviária, mas a idade costuma variar de 18 a 25 anos, e a maioria dos interessados é homem. A unidade também recebe menores de 18 anos, mas costuma encaminhá-los para outras unidades.
Para a Secretaria de Saúde, a internação voluntária é a melhor maneira de recuperar os pacientes.“Quando existe a internação compulsória, o máximo que se consegue é fazer a desintoxicação do paciente por um curto período. A adesão só tem efeito quando é voluntária”, explicou o diretor de Saúde Mental da Secretaria de Saúde,
No primeiro momento, o usuário passa por tratamento médico, desintoxicação, diagnóstico de problemas recorrentes, como desnutrição e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Os casos são avaliados um a um, e, só então, se verifica a necessidade ou não de internação.
O governo promete que o tratamento irá além da atenção médica. “Será feito um trabalho para reinserir o indivíduo na sociedade, ajudá-lo a traçar um projeto de vida, para realmente sair do vício”, garantiu o diretor de Saúde Mental.
Demanda terá estrutura eficiente
Com a implementação das novas unidades de atendimento e tratamento de dependentes químicos, a secretaria acredita que terá uma estrutura eficiente para atender a demanda. “A Saúde Mental está em franca expansão no DF. Teremos capacidade de atender melhor a população.
A rede 24h, que já tem UPAS e hospitais públicos, será ampliada com as novas unidades. Com isso, a nossa estrutura ficará robusta em relação ao restante do País”, informou Augusto César Costa, diretor de Saúde Mental.
A expectativa do governo é que não seja mais necessário encaminhar pacientes para cidades que compõem a Região Metropolitana do Distrito Federal, entre elas Unaí. A estimativa é que seja investido pelo GDF R$ 4,8 mil por usuário internado.