Síria critica informe do Conselho de Direitos Humanos da ONU

A Síria qualificou de parcial e errôneo o informe apresentado em Genebra pela Comissão de Investigação Internacional sobre Direitos Humanos, e acusou-o de ignorar os dados do Governo sobre os ataques terroristas dos grupos mercenários que operam no país, segundo a imprensa nacional em matéria desta terça-feira (12).

Faisal al-Hamwi, Síria no Conselho de Direitos Humanos da ONU - Champress

Durante a discussão do informe, na cidade suíça, o delegado sírio no Conselho de Direitos Humanos da ONU Faisal al-Hamwi criticou a Comissão por descuidar, em reiteradas ocasiões, de uma leitura adequada da complexa situação geopolítica da região.

Na opinião de al-Hamwi, “a entidade deixou-se levar pela corrente de uma repugnante campanha incitadora sectária e étnica, que a sociedade síria rechaça.”

“Enquanto a Comissão reconheceu haver entrevistado centenas de membros da chamada oposição dentro e fora do país, evitou fazer o mesmo com cidadãos que apoiam as autoridades, o que converte os testemunhos apresentados em unilaterais e duvidosos para determinar os fatos”, sublinhou.

O diplomata sírio questionou o fato de a Comissão ter confirmado que “alguns Estados proporcionam apoio financeiro e material aos grupos armados, e sem embargo evitou mencioná-los por nome quando são já bastante conhecidos, com Catar encabeçando a lista.”

A Comissão conveio na atual realização de operações de contrabando de grandes quantidades de armas através das demarcações sírias, “mas se absteve de nomear a Turquia como responsável, país que abriu suas fronteiras plenamente à passagem de mercenários e estabeleceu bases para eles em seu território”, sublinhou.

De igual forma, al-Hamwi denunciou o fato de que a entidade se refere à deterioração da situação econômica, humanitária e à destruição da infraestrutura, mas deixou de mencionar os ataques terroristas de grupos afiliados à rede al-Qaeda, como a Frente al-Nusra, contra hospitais, ferrovias, cultivos, plantas de energia, escolas, universidades e outras infraestruturas, de acordo com a imprensa síria.

O delegado no Conselho de Direitos Humanos explicou que a Comissão fez vista grossa, em suas conclusões e recomendações, “às causas da deterioração da situação nesta nação, que subjaz às injustas sanções unilaterais impostas por países árabes e ocidentais sobre o povo.”

Al-Hamwi insistiu em que Damasco deu muitas oportunidades à Comissão de Investigação para demonstrar a sua objetividade e retificar seus erros, mas que esta “continuou ignorando o papel imoral que desempenham os países patrocinadores do terrorismo na Síria.”

Por esta e outras razões, Damasco desqualifica os informes da Comissão “por falta de profissionalismo e credibilidade”, remarcou o diplomata, que também mencionou que a conspiração contra a sua nação chegou a uma rua sem saída, e sublinhou a disposição ao diálogo nacional global entre todos os componentes da sua sociedade, sem ingerências, segundo as fontes.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da Redação do Vermelho