Argentina desqualifica referendo britânico nas Ilhas Malvinas 

A presidenta da Argentina Cristina Kirchner declarou considerar o referendo realizado pelos britânicos nas Ilhas Malvinas, neste domingo (10) e segunda-feira (11), “um tipo de paródia”, e citou um artigo do jornal inglês The Guardian, segundo o qual “nunca antes na história britânica foi tão previsível o resultado de um referendo, nem tão provocativo o seu propósito.” 

Ilhas Malvinas - Prensa Latina

Em declarações durante um evento na Casa Rosada (sede do Governo argentino), nesta terça-feira (12), Cristina destacou a posição dos Estados Unidos, “o principal aliado da Inglaterra”, cujo Departamento de Estado reconhece a existência de um conflito de soberania entre Argentina e Grã Bretanha, e já pediu diversas vezes que as partes negociem bilateralmente..

O Senado argentino também realiza, nesta quarta-feira (13), uma sessão pública especial, para rechaçar o referendo organizado pelo Reino Unido entre os habitantes das usurpadas Ilhas Malvinas.

A sessão expressará o repúdio dos parlamentares à consulta, relativa à definição do status político das Ilhas Malvinas, Geórgias do Sul, Sandwich do Sul e seus espaços marítimos circundantes, precisa a convocatória. 

Entre os políticos de vários grupos parlamentares que organizaram a convocatória, Daniel Filmus, titular da Comissão das Relações Exteriores da Câmara e senador pela Frente para a Vitória (FpV), afirmou a necessidade de “denunciar a trapaça que esconde a aparência da chamada participação popular no caso do povo implantado”, e que “esta manobra publicitária não tem qualquer validade para a legislação do direito internacional.”

Para Filmus, o real interesse de Londres é possuir uma poderosa base militar na zona estratégica do Atlântico Sul, e usa para isso um suposto “direito de autodeterminação dos habitantes das ilhas”, embora elas tenham sido tomadas da Argentina no período colonial, em 1833.

A presidenta também reafirmou disposição ao diálogo, “que é o único caminho para lograr uma solução” à disputa. Cristina desqualificou o referendo realizado nas Ilhas, em que há cerca de 2.000 militares. O plebiscito, recordou, é contrário ao mandatado pela ONU, que em mais de 40 resoluções se manifestou pela negociação bilateral entre Londres e Buenos Aires.

Com agências,
Da Redação do Vermelho